GINECOLOGIA

Mifepristona revelou-se eficaz no tratamento de adenomiose

Um estudo realizado por investigadores da Universidade Zhejiang, em Hangzhou, China, permitiu concluir que a mifepristona é eficaz e possui uma tolerabilidade aceitável em pacientes com adenomiose uterina.

Mifepristona revelou-se eficaz no tratamento de adenomiose

DOENÇAS E TRATAMENTOS

DOR CRÓNICA


A adenomiose é um distúrbio ginecológico comum, em que se verifica aumento do tamanho do útero e que pode provocar dor crónica. A espessura das paredes uterinas aumenta, provocando hemorragias uterinas anómalas abundantes ou prolongadas. Este aumento da espessura do endométrio é provocado por um crescimento anormal do tecido endometrial (camada mucosa que reveste o interior do útero) na espessura das paredes do útero. Como resultado, ocorrem menstruações dolorosas e abundantes, com grandes perdas de sangue, dismenorreia, dispareunia, dor crónica pélvica e pode ser causa de infertilidade.

O ensaio clínico randomizado, multicêntrico, controlado por placebo e duplo-cego foi conduzido em 10 hospitais na China. Foram incluídos, no total, 134 pacientes com sintomas de dor por adenomiose. A inscrição no estudo, publicado online no JAMA Network Open, teve início em maio de 2018 e fim em abril de 2019, tendo as análises sido realizadas de outubro de 2019 a fevereiro de 2020.

Os pacientes foram distribuídos aleatoriamente para receber 10 mg de mifepristona ou um placebo por via oral, uma vez ao dia, durante 12 semanas.
Na análise de eficácia participaram 126 pacientes, dos quais 61 (idade média 40,2 anos) foram selecionados aleatoriamente para receber a mifepristona e 65 pacientes (idade média 41,7 anos) selecionados para receber o placebo.

Os especialistas constataram que a mudança média na pontuação da escala analógica visual após este período de tratamento foi de -6,63 no grupo da mifepristona e de -0,95 no grupo do placebo. As taxas de remissão total para a dismenorreia foram significativamente melhores no grupo da mifepristona versus o do placebo (remissão efetiva: 91,8 versus 23,1 por cento; remissão completa: 88,5 versus 6,2 por cento).

Observaram-se ainda melhorias significativas em todos os desfechos secundários no grupo da mifepristona, incluindo perda de sangue menstrual, hemoglobina, CA125, contagem de plaquetas e volume uterino. Nenhuma diferença significativa foi observada entre os grupos na análise de segurança e não houve relatos de eventos adversos graves.

De acordo com Xuan Che, um dos autores, a intensidade da dismenorreia associada à adenomiose foi significativamente reduzida após o tratamento com a mifepristona. Independentemente da gravidade da intensidade da dismenorreia, a eficácia total para a dismenorreia foi satisfatória. Ainda assim, são necessárias mais investigações para determinar a segurança e a eficácia da substância a longo prazo.

Fonte: Tupam Editores

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