Novo tratamento do cancro do pulmão pode aumentar sobrevivência
Os investigadores estão a enfrentar o problema da quimiorresistência em pacientes com cancro do pulmão com um novo tratamento, que oferece esperança de aumento das taxas de sobrevivência.
DOENÇAS E TRATAMENTOS
CANCRO, INVESTIGAÇÃO E NOVAS TERAPIAS
A ciência avançou prodigiosamente na luta contra o cancro, mas o mundo natural tem sido o arsenal mais eficaz da medicina, fornecendo desde antibióticos a potentes fármacos. LER MAIS
O cancro do pulmão é a principal causa de mortes relacionadas com cancro em todo o mundo; e o cancro do pulmão de pequenas células (CPPC), em particular, é uma forma incrivelmente letal da doença que tem uma taxa de mortalidade de cerca de 95%. Assim, existe uma necessidade urgente e não atendida de identificar novos medicamentos para melhorar o resultado desses pacientes.
Os pacientes com CPPC geralmente respondem à quimioterapia de primeira linha à base de platina, mas quase todos recaem com doença resistente a medicamentos. Existem, portanto, poucas opções de tratamento, pelo que qualquer coisa que possa reduzir a quimiorresistência, ou efetivamente tratar doenças recorrentes, fará uma enorme diferença nas taxas de sobrevivência do cancro do pulmão.
O estudo, publicado no Journal of Experimental & Clinical Cancer Research, permitiu identificar uma nova substância que é muito eficaz contra a recidiva do cancro do pulmão, dando nova esperança aos pacientes.
Segundo o Professor Dan Gough, durante a investigação foram desenvolvidos modelos de resistência e realizada uma triagem de substâncias para identificar novos agentes. A equipa descobriu que um novo composto denominado Fimepinostat é incrivelmente eficaz, duplicando o tempo de sobrevivência do cancro do pulmão.
O Fimepinostat (anteriormente conhecido como CUDC-907) é uma pequena molécula sintética, disponível por via oral, que inibe de forma potente a atividade da histona desacetilase (HDAC) e fosfatidilinositol 3-quinases, ou enzimas PI 3-quinases.
A substância tem sido utilizada em ensaios clínicos para outros tipos de cancro, portanto, o caminho está livre para o usar em ensaios para o CPPC. As reuniões com o fabricante do medicamento sobre o desenvolvimento de ensaios clínicos com este agente no CPPC já aconteceram.