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Alzheimer: proposto novo biomarcador para o diagnóstico precoce

A doença de Alzheimer (DA) é a causa mais proeminente de demência, afetando milhões de pessoas em todo o mundo. Sabe-se que as mudanças na função cerebral começam 10 a 20 anos antes do início clínico da doença, pelo que há grande interesse na identificação de marcadores precoces que possam ser preditivos de saúde mental/declínio cognitivo futuro – algo a que os investigadores do Instituto Karolinska, na Suécia, estão atentos.

Alzheimer: proposto novo biomarcador para o diagnóstico precoce

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Os astrócitos são um dos alvos promissores devido à sua resposta rápida e precoce à progressão da DA. Estes representam importantes células homeostáticas no cérebro que controlam uma ampla gama de funções necessárias para um ótimo funcionamento cerebral e homeostase. Mais importante ainda, respondem a danos/lesões cerebrais e ao estado de doença por um processo de defesa específico, a astrogliose reativa.

O papel dos astrócitos na DA ainda não está claro e vários estudos recentes mostram que a astrogliose reativa pode preceder outras características patológicas bem conhecidas da DA, como a deposição de amiloide (Aβ) e os emaranhados de tau. Por esta razão, é fundamental definir novos biomarcadores astrocíticos para aprofundar a compreensão da astrogliose reativa no continuum da DA.

Assim, a diafonia entre a sinalização colinérgica e a astrogliose reativa pode ser a chave para entender as respostas iniciais das células gliais à patologia e lesão cerebral. A hipótese colinérgica da DA, proposta há quase quatro décadas, abriu caminho para o desenvolvimento de inibidores da colinesterase – até agora a terapia padrão-ouro para a doença.

No seu estudo, publicado na Nature Reviews Neurology, os investigadores revisitaram as vias de sinalização colinérgicas com o objetivo de explorar as duas últimas décadas de investigação sobre a subunidade astrocítica α7 dos receptores nicotínicos de acetilcolina (α7nAChRs) para esclarecer o seu papel no contexto da patologia e biomarcadores da DA.

Foi analisado o provável envolvimento de α7nAChRs astrocíticos na instigação e potencialização da patologia precoce de Aβ e destacaram-se várias novas vias mecanísticas da patogénese da DA.
Com base nessas vias mecanísticas os investigadores propuseram que os α7nAChRs astrocíticos poderiam ser uma importante ponte ligando a astrogliose reativa, colinérgica e as hipóteses da cascata amiloide na DA.

Além disso, direcionar os α7nAChRs astrocíticos como um novo biomarcador inicial com diferentes identificadores de imagem por PET pode representar a mudança no cenário clínico para futuras intervenções terapêuticas e diagnósticas da DA.

Segundo os especialistas, este estudo abre novos caminhos em termos de identificação de novos biomarcadores para o diagnóstico precoce da DA e novos alvos para tratamentos modificadores da doença e terá amplas implicações clínicas, abrangendo outros distúrbios neurodegenerativos nos quais a astrogliose reativa também é observada.

A nova hipótese já está em testes com o novo rastreador α7nAChRs PET KIn-83, descoberto e desenvolvido internamente, que foi extensivamente caracterizado em cérebros humanos pós-morte e, em breve, será o primeiro em estudos PET em humanos.

Fonte: Tupam Editores

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