Investigadores da Universidade de Tours, em França, conduziram um estudo de fase 3, multicêntrico, duplo-cego, randomizado e controlado, envolvendo adultos internados na UCI devido a pneumonia grave adquirida na comunidade para avaliar se o tratamento precoce com hidrocortisona reduziu a mortalidade aos 28 dias.

Os participantes foram aleatoriamente selecionados para receber hidrocortisona intravenosa (200 mg diariamente durante quatro ou oito dias, conforme determinado pela melhora clínica, seguida de redução gradual durante um total de oito ou 14 dias) ou um placebo. Todos os participantes receberam ainda terapia padrão, incluindo antibióticos e cuidados de suporte.

O ensaio foi interrompido após a segunda análise interina planeada, quando 800 pacientes foram aleatorizados; 795 foram incluídos nas análises (400 no grupo da hidrocortisona e 395 no grupo do placebo).

Os especialistas descobriram que a morte ocorreu em 6,2 e 11,9% dos pacientes nos grupos da hidrocortisona e do placebo, respetivamente, no dia 28. Entre os pacientes não submetidos à ventilação mecânica no início do estudo, a intubação endotraqueal foi realizada em 18,0 e 29,5% nos grupos da hidrocortisona e do placebo, respetivamente (taxa de risco, 0,59).

Nos pacientes que não receberam vasopressores no início do estudo, a terapia foi iniciada em 15,3 e 25,0% nos grupos da hidrocortisona e do placebo, respetivamente, no dia 28 (taxa de risco, 0,59).
As frequências de infeções hospitalares e hemorragia gastrointestinal foram semelhantes nos dois grupos; os pacientes do grupo hidrocortisona receberam doses diárias mais altas de insulina durante a primeira semana de tratamento.

De acordo com Pierre-François Dequin, um dos investigadores envolvido, o tratamento precoce com hidrocortisona reduziu a mortalidade aos 28 dias entre os pacientes internados na UCI com pneumonia grave adquirida na comunidade.