Covid-19: Namilumab melhora tratamento de doentes com pneumonia
Levado a cabo por cientistas das universidades de Birmingham e dos hospitais do NHS Foundation Trust, o estudo CATALYST analisou o namilumab, um fármaco da biofarmacêutica Izana Bioscience, em pacientes hospitalizados com pneumonia causada pela Covid-19.
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O namilumab, um anticorpo que já se encontra em ensaios clínicos na artrite reumatoide, visa uma citoquina que é produzida pelas células imunitárias no corpo mas, em níveis descontrolados, crê-se que seja um fator chave para a inflamação pulmonar excessiva e perigosa observada em pacientes com Covid-19.
O estudo envolveu pacientes maiores de 16 anos com pneumonia Covid-19, seja em tratamento no hospital ou na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) em nove hospitais do Reino Unido.
Foi testada uma dose de namilumab como um potencial terapêutico para tratar doentes hospitalizados com pneumonia COVID-19, que receberam os cuidados habituais e que tinham níveis elevados de um marcador de inflamação conhecido como proteína C reativa (PCR) no sangue. Importa referir que os níveis de PCR aumentam quando há inflamação no corpo e descobriu-se que são um possível marcador para predizer o risco de gravidade de Covid-19.
Dos participantes no estudo, 54 receberam os cuidados habituais (esteróides e oxigénio ou ventilação, de acordo com a gravidade da doença) e 57 receberam os cuidados habituais, mas também uma dose intravenosa de 150 mg de namilumab. Além da pneumonia por Covid-19, todos os participantes apresentavam níveis de PCR superiores a 40 mg/l.
Os cientistas analisaram a probabilidade de redução dos níveis de PCR em todos os pacientes tendo verificado que, em comparação com a administração única dos cuidados habituais, havia uma probabilidade de 97% de redução do PCR ao longo do tempo com a administração de namilumab.
Os pacientes foram controlados e, aos 28 dias, o estudo revelou que houve menos mortes e mais altas hospitalares, ou da UCI, entre aqueles que tinham recebido o namilumab em comparação com os que apenas haviam recebido os cuidados habituais.
Assim, aos 28 dias 78% (43) dos pacientes que receberam o namilumab receberam alta do hospital ou da UCI, em comparação com 61% (33) dos que receberam os cuidados habituais. No grupo do namilumab, 11% (6) ainda permaneciam no hospital à data, em comparação com 20% (11) do grupo que havia recebido os cuidados habituais.
Dos tratados com namilumab 11% (6) faleceu, um número que foi de 19% (10) entre os tratados com a terapia standard.
Os cientistas puderam concluir que o namilumab reduz a inflamação em doentes hospitalizados com pneumonia COVID-19, no entanto, destacam a necessidade de mais investigações sobre a utilização do fármaco.
O estudo foi publicado na revista The Lancet Respiratory Medicine.