A cirurgia e a quimioterapia, isoladamente ou em combinação, são os pilares no tratamento deste cancro. Apesar das melhorias nas técnicas cirúrgicas e do uso de novos esquemas quimioterápicos, a taxa de sobrevida em cinco anos em pacientes com a doença manteve-se constante nos últimos 20 anos, especialmente na presença de doença metastática. Além disso, a excisão cirúrgica completa frequentemente não é possível, pelo que existe grande necessidade de terapias adjuvantes eficazes.

Em investigações conduzidas em células e em ratinhos, uma equipa de investigadores da Escola de Medicina da Universidade Shanghai Jiao Tong, na China, identificou uma proteína de matriz óssea denominada Fosfoproteína secretada 24 kD (Spp24) que pode ser utilizada para o tratamento do osteossarcoma.

No estudo, publicado no Journal of Orthopaedic Research, os especialistas descobriram que a Spp24 inibe a proliferação e invasão de células tumorais do osteossarcoma e promove a sua apoptose, ou morte. Isto acontece porque a Spp24 liga-se e neutraliza outra proteína, conhecida como morfogenética óssea 2, que faz com que os tumores aumentem.

Segundo Haijun Tian, co-autor, a Spp24 e os seus produtos proteolíticos têm vários efeitos no metabolismo ósseo que foram elucidados em vários graus. Eles têm o potencial de serem manipulados em terapêutica óssea, e esse efeito antitumoral por meio do sequestro da proteína morfogenética óssea 2 é apenas um exemplo.

Tal como muitas outras proteínas da matriz óssea, quanto mais se examina a função da Spp24, mais papéis surpreendentes se descobrem, embora a função primária da Spp24 permaneça incerta.