Aprovada terapia genética para cancro da bexiga difícil de tratar
Os pacientes com cancro da bexiga de alto risco dispõem de mais uma opção para o seu tratamento. A FDA aprovou recentemente uma nova terapia genética baseada no vetor adenovírus denominada Adstiladrin, para o tratamento de pacientes adultos com Bacillus Calmette-Guérin (BCG) de alto risco – cancro da bexiga não músculo-invasivo (CBNMI) não responsivo com carcinoma in situ (CIS) com ou sem tumores papilares.
A ciência avançou prodigiosamente na luta contra o cancro, mas o mundo natural tem sido o arsenal mais eficaz da medicina, fornecendo desde antibióticos a potentes fármacos.
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Cerca de 75% a 80% dos cancros da bexiga recém-diagnosticados desenvolveram-se através do revestimento da bexiga, mas ainda não invadiram o músculo. Entre 30% a 80% dos casos recorrem e correm o risco de se espalhar. O tratamento envolve geralmente a remoção do tumor e o uso da BCG para reduzir o risco de recorrência da doença. A BCG é uma vacina indicada contra a tuberculose.
Para os pacientes que não respondem à BCG existem poucas opções de tratamento. Estes pacientes irão receber o Adstiladrin (nadofaragene firadenovec-vncg), administrado por cateter na bexiga uma vez a cada três meses. A nova abordagem de terapia genética transforma as próprias células da parede da bexiga do paciente em microfábricas de interferon alfa-2b, aumentando as defesas naturais do corpo de forma a combater o cancro.
A aprovação da FDA teve por base um estudo clínico multicêntrico de 157 pacientes, 98 dos quais tinham doença não responsiva ao BCG que não se havia espalhado. Os pacientes receberam o Adstiladrin uma vez a cada três meses por um período de 12 meses ou até que o tratamento se tornasse muito tóxico.
Cerca de 51% dos pacientes inscritos na terapia viram todos os sinais de cancro desaparecer. A resposta mediana foi de 9,7 meses. Já 46% dos pacientes que responderam estavam em remissão completa durante pelo menos um ano.
As reações adversas mais comuns associadas ao Adstiladrin foram secreção vesical, fadiga, espasmo vesical, urgência urinária, presença de sangue na urina, calafrios, febre e dor ao urinar. A FDA realça que as pessoas imunossuprimidas ou imunodeficientes não devem usar o Adstiladrin.
Armin Metzger, vice-presidente executivo da Ferring Pharmaceuticals, revela o orgulho da farmacêutica por ter conseguido alcançar este marco crítico para atingir o potencial do Adstiladrin, uma terapia inédita para pacientes com este tipo de cancro. A terapia é o culminar de um complexo processo de pesquisa, desenvolvimento e produção, pelo que a farmacêutica apresenta a sua gratidão às equipas, médicos e pacientes que contribuíram para alcançar a sua aprovação.
De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, são diagnosticados anualmente cerca de 57.000 homens e 18.000 mulheres com cancro de bexiga. A doença mata, anualmente, cerca de 12.000 homens e 4.700 mulheres. Este é o quarto tipo de cancro mais frequente nos homens e o oitavo nas mulheres.
