TIRÓIDE

Cancro da tiroide: estilo de vida pode contrariar risco genético

Fatores genéticos e de estilo de vida estão independentemente associados ao cancro da tiroide incidente, sugere um estudo levado a cabo por uma equipa de investigadores da Universidade Guangxi Medical, na China.

Cancro da tiroide: estilo de vida pode contrariar risco genético

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A incidência de cancro da tiroide aumentou cerca de 10% por ano nos últimos 30 anos. Os estilos de vida são importantes fatores ambientais modificáveis no desenvolvimento de vários tipos de cancro, no entanto, faltam evidências convincentes e consistentes sobre a associação entre estes e o cancro da tiroide.

Recentemente, outros estudos combinaram 5 a 7 comportamentos de estilo de vida (dieta, atividade física, uso de álcool, tabagismo e peso) para estimar sinteticamente a sua associação com o cancro da mama, do ovário e colorretal e os resultados sugerem que estilos de vida saudáveis poderiam diminuir o risco de cancro. No entanto, poucos estudos analisaram múltiplos fatores do estilo de vida em relação ao cancro da tiroide.

O estudo, publicado no JAMA Network Open, tinha como objetivo examinar as associações entre genética e estilo de vida saudável com o cancro da tiroide incidente e se a adesão a um estilo de vida saudável modificaria a associação entre variantes genéticas e este cancro.

A investigação incluiu 264.956 participantes (com idades compreendidas entre os 40 e os 69 anos) identificados no U.K. Biobank – uma coorte prospetiva de grande escala que contém dados genéticos detalhados e relacionados à saúde e informações sobre estilo de vida, sendo uma plataforma para análises integrativas de variação genética, fatores de risco modificáveis e uma ampla gama de doenças, incluindo cancros. A análise dos dados foi realizada de 1 de novembro de 2021 a 22 de abril de 2022.

Os investigadores constataram que, durante um acompanhamento médio de 11,1 anos, foram identificados 423 casos de cancro de tiroide. Houve uma associação significativa entre pontuação de risco poligénico (PRP) mais alto e cancro da tiroide (taxa de risco, 2,25), assim como uma associação significativa entre um estilo de vida desfavorável e maior risco de cancro de tiroide (taxa de risco, 1,93).

O estilo de vida desfavorável foi associado ao cancro da tiroide no grupo com maior risco genético (razão de risco favorável versus desfavorável, 0,52). O maior risco de cancro da tiroide foi observado entre os participantes com PRP alto e estilo de vida desfavorável (taxa de risco de 4,89).

Segundo Xiuming Feng, os resultados do estudo sugerem que a adesão a um estilo de vida mais saudável pode atenuar o papel nefasto dos fatores genéticos no risco de cancro da tiroide, especialmente em indivíduos com alto risco genético. Portanto, as intervenções no estilo de vida podem ser benéficas para prevenir este tipo de cancro, especialmente em indivíduos com alta predisposição genética.

Embora o cancro da tiroide represente apenas 1% de todas as patologias oncológicas registadas no nosso país, a sua incidência tem vindo a aumentar, como acontece em outros países desenvolvidos. As suas causas são ainda pouco conhecidas, mas sabe-se que é mais comum entre os 25 e os 65 anos e que afeta cerca de 3 vezes mais as mulheres (poderá ser já o oitavo cancro mais frequentemente diagnosticado no sexo feminino).

Fonte: Tupam Editores

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