Mineral para restauração supera esmalte natural dos dentes
Recentemente, têm sido realizados enormes esforços para estudar os mecanismos e abordagens de engenharia eficazes para a remineralização direcionada do esmalte dentário e dos tecidos duros humanos.
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Uma equipa de investigadores da Universidade Estadual de Voronezh, na Rússia, conseguiu formar um revestimento dentário que replica a composição e a microestrutura do esmalte natural – o tecido mais resistente e o mais mineralizado do corpo.
O esmalte dos dentes é composto principalmente por uma substância inorgânica (a apatita biológica, ou hidroxiapatita, cerca de 95% em peso), um componente orgânico (fibras de colagénio, 1-1,5%), e água (4%). Para melhorar a hidroxiapatita, os especialistas selecionaram um complexo de aminoácidos orgânicos e polares funcionais, que incluíam lisina, arginina e histidina, importantes para a formação e reparação de estruturas ósseas e musculares. Estes aminoácidos tornaram possível obter uma hidroxiapatita que é, do ponto de vista morfológico, completamente semelhante à apatita do esmalte dentário.
Segundo Pavel Seredin, um dos autores do estudo, o esmalte dos dentes tem uma função protetora, mas a sua integridade pode ser destruída por abrasão, erosão ou microfraturas, por exemplo. Se a superfície do tecido não for reparada a tempo, a lesão do esmalte afetará a dentina e depois a polpa do dente. Por essa razão, é necessário restaurar a superfície do esmalte a um nível saudável ou construir camadas adicionais na superfície se esta se tornar muito fina.
Durante o estudo, publicado na revista científica Results in Engineering, os investigadores criaram uma camada mineralizada biomimética, ou seja, que imita a natural, cujos nanocristais replicam a ordenação dos nanocristais de apatita do esmalte dentário. Descobriram, ainda, que a camada projetada de hidroxiapatita aumentou a nanodureza que excede a do esmalte nativo.
Verificou-se, então, que a composição melhorada do material replica as características da superfície do dente ao nível molecular e estrutural e, em termos de resistência, supera o tecido natural.
O novo método de restauração dentária poderá ser utilizado para reduzir a sensibilidade dos dentes em caso de abrasão do esmalte ou para a sua restauração após erosão ou uma dieta inadequada.
O estudo foi realizado em dentes saudáveis para eliminar a influência de fatores estranhos na camada resultante, e para se poder comparar os resultados com dentes saudáveis. A seguir, os investigadores vão enfrentar o desafio de reparar problemas maiores, que podem ser de natureza variada, desde os estágios iniciais de cárie até rachaduras e fraturas volumétricas.