HEPATOLOGIA

Molécula pode ser responsável pela fibrose hepática

O fígado é o órgão mais importante por trás do processamento de várias
substâncias que introduzimos no nosso organismo, desde alimentos e bebidas até
álcool e drogas. Quando as coisas correm mal no fígado, as consequências podem
ser mortais.

Molécula pode ser responsável pela fibrose hepática

DOENÇAS E TRATAMENTOS

SINAIS DE ALERTA DO SEU FÍGADO - A fábrica de processamento químico


Na raiz de muitas doenças do fígado, desde a hepatite à esteato-hepatite não
alcoólica (NASH), estão as cicatrizes, também conhecidas como fibrose hepática – e
atualmente não existem medicamentos disponíveis para as tratar.

Uma equipa de investigadores da Universidade do Michigan (U-M) está a investigar
as causas da fibrose hepática na esperança de identificar potenciais alvos para
medicamentos no futuro. O estudo, publicado no jornal Nature Communications,
identificou uma molécula que pode estar por trás do crescimento descontrolado das
células do ducto biliar no fígado.

Segundo Liangyou Rui, Professor de Fisiologia, sob condições de doença no fígado
há lesão nas células do ducto biliar. O fígado precisa de regenerar constantemente
novas células do ducto biliar, que às vezes se tornam mal-funcionantes e causam
inflamação e cicatrizes.
Essa excessiva produção de ductos biliares denomina-se reação ductular. Pacientes
com reação ductular têm mais complicações na doença e piores resultados.

No artigo, os investigadores descreveram uma molécula chamada NIK que é
altamente ativada nas células do ducto biliar com defeito. Foi usado um modelo de
ratinho geneticamente modificado, ao qual se removeu o gene NIK dentro das
células do ducto biliar. A sua remoção evita que todos os problemas aconteçam.
Além disso, o tratamento de animais normais com inibidores da NIK, moléculas que
podem bloquear a ação da NIK, melhorou a doença hepática.

Em circunstâncias normais, a NIK promove a regeneração das células do ducto biliar
em resposta às várias substâncias tóxicas às quais o fígado é exposto durante o
desempenho das suas funções normais.
No entanto, certos vírus, drogas ou outros abusos podem sequestrar essa função
restauradora normal e levar ao crescimento excessivo e à reação ductular, assim
como à secreção de mediadores inflamatórios que levam à cicatrização.

A equipa espera trabalhar com colaboradores da U-M e de outras instituições para
desenvolver novos inibidores da NIK para desativar esse processo de cicatrização.
As descobertas têm ainda uso potencial como terapia para um certo tipo de cancro
de fígado denominado colangiocarcinoma, que representa um terço de todos os
cancros do fígado e que tem opções de tratamento muito limitadas.

Fonte: Tupam Editores

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