URINÁRIO

Ligação entre diabetes e infeções do trato urinário explicada

Baixa imunidade e infeções recorrentes são comuns na diabetes tipo 1 e tipo 2. Um estudo realizado por uma equipa de cientistas do Instituto Karolinska, na Suécia, permitiu concluir que o sistema imunológico de pessoas com diabetes tem níveis mais baixos do peptídeo antimicrobiano psoriasina, que compromete a barreira celular da bexiga, aumentando o risco de infeção do trato urinário.

Ligação entre diabetes e infeções do trato urinário explicada

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A diabetes resulta da falta de insulina e/ou diminuição da ação da insulina. A insulina é uma hormona que regula a glicose (açúcar) e, portanto, a energia para as células. Na diabetes tipo 1 o corpo para de produzir insulina; já na diabetes tipo 2 as células tornam-se menos sensíveis à insulina, o que contribui para níveis elevados de glicose no sangue.

A doença afeta a saúde de várias maneiras. Um dos efeitos é o comprometimento do sistema imunológico inato, deixando muitas pessoas com maior suscetibilidade a infeções regulares, como infeções do trato urinário (ITU) causadas pela bactéria E. coli. Em pessoas com diabetes é mais provável levarem a envenenamento geral do sangue (sepse) com origem no trato urinário.

No estudo, publicado na revista Nature Communications, os investigadores verificaram se os níveis de glicose em pessoas com diabetes (tipo 1, tipo 2 ou pré-diabetes) estavam ligados à psoriasina, um antibiótico endógeno que faz parte do sistema imunológico inato.

Utilizando urina, células da bexiga e amostras de soro sanguíneo de pacientes, os especialistas analisaram os níveis de psoriasina e de outros peptídeos necessários para garantir que a mucosa da bexiga permaneça intacta e proteja contra infeções. Os resultados foram então verificados em ratinhos e células da bexiga com e sem infeção.

Segundo Annelie Brauner, líder do estudo, constatou-se que altas concentrações de glicose reduzem os níveis do peptídeo antimicrobiano psoriasina, enquanto que a insulina não tem efeito. As pessoas com diabetes têm níveis mais baixos de psoriasina, o que enfraquece a função de barreira protetora das células e aumenta o risco de infeção da bexiga.

O grupo de investigação da Professora Brauner já havia demonstrado anteriormente que o tratamento com estrogénio restaura a função protetora das células da bexiga em humanos e ratinhos ajudando, assim, a regular a resposta imune a uma ITU.
Por essa razão, a equipa testou de que forma o tratamento com estrogénio afeta células infetadas expostas a altas concentrações de glicose. Descobriram, então, que o tratamento aumentou os níveis de psoriasina e reduziu as populações bacterianas, o que indica que o tratamento pode ter efeito também entre pacientes com diabetes.

Soumitra Mohanty, o principal autor do estudo, revela que o próximo passo é investigar mais profundamente os mecanismos subjacentes às infeções em indivíduos com diabetes, sendo o objetivo final reduzir o risco de infeção neste crescente grupo de doentes.

Fonte: Tupam Editores

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