De março a maio, o pólen da bétula causa problemas a muitas pessoas. A árvore frondosa com casca branca é comum na Europa e desencadeia sintomas como rinite e olhos lacrimejantes em pessoas alérgicas.
Mas a saúde de quem não sofre de alergias também pode ser afetada pelo pólen desta árvore. Estudos observacionais científicos mostraram que existe uma relação entre a concentração de pólen e a prevalência de infeções das vias aéreas e do vírus do herpes.

No entanto, a maneira como o pólen de bétula interfere no sistema imunológico ainda era desconhecida. Para descobrir de que forma isso acontece, os investigadores trataram culturas de células dendríticas humanas com extratos de pólen aquosos e depois infetaram-nas com citomegalovírus humano, ou HCMV curto.
Desta forma conseguiram mostrar que a presença do pólen estimula a libertação de moléculas sinalizadoras pró-inflamatórias. A secreção das citocinas IL-6 e IFN-alfa aumentou na presença do pólen.

Segundo a Dra. Jennifer Becker, do Instituto Twincore, esse ambiente pró-inflamatório torna as células mais suscetíveis à infeção por HCMV. Além disso, quando as células foram expostas ao extrato de pólen por longos períodos de tempo, essa suscetibilidade foi ainda maior.

Estas descobertas podem desempenhar um papel especial para as pessoas com condições pré-existentes. Os doentes com asma são muito sensíveis aos efeitos do pólen e a presença do vírus HCMV ou Epstein-Barr (EBV) tem sido associada a doenças graves nesses pacientes.

Os resultados do estudo, publicado na revista científica Allergy, sugerem que a infeção pelo HCMV ou a reativação do HCMV dormente pode ocorrer mais facilmente devido à exposição ao pólen.