Se acorda, pela manhã, com dores de cabeça ou no maxilar, sem explicação aparente, é muito provável que sofra de bruxismo. O termo refere-se ao hábito de pressionar e ranger os dentes que acontece a muitos adultos e crianças durante toda a vida. O bruxismo ocorre quando os dentes entram em contacto de maneira forçada, quer esse contacto seja silencioso ou produza sons, especialmente durante o sono.
Dormir é uma necessidade fisiológica indispensável e pode funcionar como um excelente tratamento de beleza e de saúde. Mas dormir o “sono dos justos” parece ser o privilégio só de alguns.
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Existem vários fatores associados ao desenvolvimento do distúrbio como genéticos, físicos e psicológicos. Os mais comuns são o stress e a ansiedade, a hereditariedade, o desalinhamento dos dentes, e o refluxo estomacal, mas alguns medicamentos antidepressivos (como a fluoxetina) também podem ter como efeito colateral o bruxismo.
Para muitas pessoas este hábito é inconsciente. Nem se apercebem que o têm, até que alguém comenta que ouve o som de ranger de dentes enquanto estão a dormir. Outras descobrem quando fazem um exame de rotina aos dentes e ficam a saber que estes estão desgastados ou o esmalte rachado. Outros potenciais sinais de bruxismo incluem dor na face, na cabeça e no pescoço. Nesses casos, o médico dentista é capaz de fazer um diagnóstico preciso e determinar se a origem da dor facial é provocada pelo distúrbio.
As consequências para os pacientes são várias. Nos dentes, o atrito pode causar desgaste intenso, necrose da polpa (problema de canal) e mobilidade. Quando a força é muito grande podem ser observadas fraturas nos dentes que, dependendo da extensão, até podem causar a sua perda. A movimentação intensa ainda pode causar modificação na posição dos dentes e, se o paciente possui implantes dentários na boca, podem ocorrer perdas dos implantes, pois esses não suportam as forças excessivas dos hábitos parafuncionais.
Nos músculos podem ser observadas dor e fadiga. Além disso, a tensão muscular pode desencadear episódios de dor de cabeça e enxaqueca. Na articulação temporomandibular podem ocorrer dores e ruídos e até desgaste ao longo do tempo. É importante referir que os músculos da mastigação são capazes de gerar forças muito intensas. Durante os hábitos normais de mastigação e deglutição, as forças geradas são de 7 até 25 kg. Já durante os hábitos parafuncionais, as forças geradas chegam à dimensão de 150 kg.
O conjunto de alterações referido causa frequentemente grande irritabilidade, cansaço e sensação de fadiga no paciente. Além disso, a hiperfunção dos músculos da mastigação pode causar diminuição da coordenação e, como consequência, traumas de mordida nas bochechas, lábios e língua.
O bruxismo, em si, não tem cura. Os profissionais devem estar atentos a todos os sintomas dos pacientes para que o diagnóstico seja o mais precoce possível, a fim de evitar danos irreversíveis. A análise minuciosa dos sinais e sintomas indicará ao especialista qual a forma de tratamento a adotar, tendo como fim a obtenção da saúde e bem-estar do paciente.
