MOLÉCULA

Saliva de mosquito pode conter febre amarela, dengue e zika

Uma molécula na saliva do mosquito foi identificada como um potencial alvo para a vacinação contra uma série de doenças para as quais não há proteção ou medicamentos.

Saliva de mosquito pode conter febre amarela, dengue e zika

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Uma equipa de investigadores da Universidade de Leeds descobriu que a molécula, denominada sialocinina, torna mais fácil a passagem de vários vírus de mosquitos para os humanos, onde se podem estabelecer levando a doenças desagradáveis e potencialmente mortais.
Esses vírus incluem a febre amarela, que causa doenças graves em cerca de 15% das pessoas infetadas; dengue, que pode evoluir para a doença potencialmente fatal, e Zika, que causou uma emergência médica global em 2016.

Investigações anteriores determinaram que a sialocinina foi capaz de alterar a função das células dos vasos sanguíneos cultivadas em laboratório, permitindo um aumento do fluxo sanguíneo e alimentação mais eficaz para o mosquito. Mas os especialistas não sabiam qual o papel que desempenhava em ajudar o vírus a infetar o corpo.

Ao analisar o comportamento da sialocinina nas células da pele de ratinhos, a equipa descobriu que esta molécula faz com que os vasos sanguíneos se tornem permeáveis, permitindo que o conteúdo extravase para a pele, o que inadvertidamente ajuda os vírus a infetar o hospedeiro.
Segundo o Dr. Clive McKimmie, supervisor da investigação, identificou-se a sialocinina como um componente-chave na saliva do mosquito que piora a infeção no hospedeiro mamífero.

A investigação sugere que bloquear a sialocinina, por exemplo, por meio de uma vacina ou de um tratamento tópico, pode ser uma nova abordagem para prevenir doenças graves após a infeção por vários vírus distintos.

As descobertas também podem explicar por que razão alguns mosquitos podem transmitir a infeção aos seres humanos, enquanto outros não. Os mosquitos Anopheles não podem espalhar a maioria dos vírus. Fundamentalmente, mostra-se que a sua saliva, que não pode causar vazamento de vasos sanguíneos no hospedeiro mamífero, não contém sialocinina.

Este estudo, publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, aumentou a compreensão da maneira como os fatores derivados de mosquitos influenciam a infeção no organismo de um hospedeiro.

Atualmente, não existem tratamentos ou vacinas específicos para dengue, zika e outros vírus potencialmente graves transmitidos por mosquitos, incluindo Chikungunya, vírus do Nilo Ocidental, vírus da floresta Semliki e vírus da febre do vale do Rift.

Segundo a equipa, no futuro, os estudos deverão concentrar-se na identificação de outros fatores na saliva do mosquito que ajudam os vírus a infetar os hospedeiros e no desenvolvimento de terapias para os atingir e bloquear. Uma forma de o fazer seria desenvolver uma vacina que gera anticorpos neutralizantes que se ligam a esses fatores e, assim, os impediria de trabalhar e ajudar o vírus.

Fonte: Tupam Editores

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