MALÁRIA

Descoberta pode melhorar estratégias de combate à malária

Investigadores do WEHI em Melbourne, na Austrália, fizeram uma descoberta crucial sobre como as infeções assintomáticas da malária afetam o organismo, revelando possíveis estratégias para controlar a transmissão e melhorar os resultados do tratamento.

Descoberta pode melhorar estratégias de combate à malária

DOENÇAS E TRATAMENTOS

MALÁRIA, FLAGELO ERRADICÁVEL


A malária continua a ser uma das doenças infecciosas mais graves dos humanos, com mais de 200 milhões de casos clínicos e 600.000 mortes estimadas em 2020.
Algumas pessoas podem desenvolver imunidade ao parasita da malária, Plasmodium falciparum, após muitos anos de infeções repetidas. Nesses pacientes, um pequeno número de parasitas continua a viver silenciosamente na corrente sanguínea, mas não causa sintomas semelhantes aos da febre.

A equipa de investigação mostrou que as infeções persistentes e assintomáticas da malária não são inócuas como se acreditava anteriormente. Em vez disso, essas infeções suprimem o sistema imunológico, impedindo-o de erradicar os parasitas da corrente sanguínea.

As descobertas, publicadas na revista Molecular Systems Biology, dão uma visão alternativa à crença de que as infeções assintomáticas da malária são benéficas para ajudar a reduzir o risco de doenças graves e sugerem que o tratamento de infeções crónicas poderia aumentar a eficácia da vacina e reduzir a transmissão da doença.

Para investigar o impacto real da doença assintomática, os especialistas analisaram os glóbulos brancos de pacientes portadores de infeções assintomáticas e sintomáticas numa área endémica da Indonésia. Descobriram, então, que os pacientes com infeções crónicas assintomáticas de malária regulavam positivamente os genes que suprimiam o sistema imunológico, produzindo mais proteínas para ajudar os parasitas a sobreviver.
Segundo a professora Diana Hansen, como o sistema imunológico é suprimido e não pode funcionar em plena capacidade, o organismo não pode controlar os parasitas e eliminá-los da corrente sanguínea.

Num indivíduo imunossuprimido portador de uma infeção de malária assintomática, a eficácia da vacina contra a malária é reduzida, pois o sistema imunológico não tem a capacidade de ser adequadamente treinado. Ao tratar indivíduos com infeções de malária assintomáticas, acabaria por se reduzir o reservatório invisível de parasitas que perpetua a transmissão e impede os esforços das campanhas de eliminação da malária.

As novas informações fornecem uma estrutura para considerar novas políticas de apoio à triagem e tratamento da malária assintomática em áreas endémicas em todo o mundo.

Fonte: Tupam Editores

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