Gravidez: uso de desinfetante ligado a asma e eczema na infância
Os desinfetantes são amplamente utilizados na área médica, particularmente recentemente devido à pandemia do novo coronavírus, o que levou a um aumento de seu uso tanto por profissionais de saúde quanto pela população em geral.
Os nove meses da gestação humana serão diferentes de qualquer outro período de tempo da sua vida. O seu corpo não será só seu e tudo muda, física e psicologicamente.
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Embora a exposição a desinfetantes no local de trabalho tenha sido associada à asma e à dermatite anteriormente entre os trabalhadores expostos, poucos estudos analisaram o impacto do seu uso durante a gravidez e o desenvolvimento subsequente de doenças alérgicas nas crianças.
Mas um estudo realizado por cientistas da Universidade de Yamanashi, no Japão, permitiu concluir que a utilização de desinfetantes na gravidez pode ser um fator de risco para o desenvolvimento de asma e de eczema em crianças.
Para o estudo, publicado na revista Occupational and Environmental Medicine, os autores usaram dados de 78.915 pares mãe-filho que participaram do Japan Environment and Children's Study – uma coorte prospetiva de nascimentos recrutada entre janeiro de 2011 e março de 2014 –, para examinar se a exposição das mães a desinfetantes no local de trabalho estava associada ao aumento do risco de diagnóstico de doenças alérgicas (asma, eczema e alergias alimentares) nos seus filhos aos 3 anos.
Verificou-se, então, que a probabilidade de as crianças terem asma ou eczema era significativamente maior se as suas mães utilizassem desinfetante uma a seis vezes por semana, em comparação com a probabilidade de filhos de mães que nunca usavam desinfetantes.
Houve uma relação exposição-dependente entre a exposição pré-natal aos desinfetantes e as hipóteses de as crianças apresentarem essas condições alérgicas, com os filhos de mães expostas a desinfetantes todos os dias a revelar as maiores probabilidades de diagnóstico – 26% maior para asma e 29% maior para eczema do que os filhos de mães que nunca foram expostas a desinfetantes. Não houve associações significativas entre o uso de desinfetantes e as alergias alimentares.
Os autores concluíram que a exposição a desinfetantes durante a gravidez exerce um efeito sobre as alergias nas crianças, independentemente de a mãe regressar ao trabalho quando a criança tem 1 ano de idade, e sugerem um efeito apenas pela exposição durante a gravidez.
O uso de desinfetantes por grávidas pode ser fator de risco para asma e eczema nos seus filhos. Como os desinfetantes são uma ferramenta eficaz na prevenção de doenças infeciosas, justifica-se a replicação deste estudo e mais investigações sobre os seus mecanismos.
