COVID-19: EUROPA DE NOVO SOB PRESSÃO

COVID-19: EUROPA DE NOVO SOB PRESSÃO

SOCIEDADE E SAÚDE

  Tupam Editores

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A pandemia de COVID-19 tem vindo a contribuir para a emergência de novas linhas de fratura geopolíticas, sociais e mediáticas de enormes proporções, com impacto indelével nos sistemas de estabilidade sociopolítica em todo o mundo.

Enquanto agente promotor de novas configurações sociais e políticas, transformou aquilo que inicialmente se assumia como uma crise de saúde pública, num dispositivo gerador de novas formas de controle social, desigualdades entre povos e regiões, de que a distribuição das vacinas é um cabal exemplo, e de novas configurações da economia global.

Se a situação já antes era complexa, o recente estalar da guerra na Europa veio contribuir para que a pandemia passasse para segundo plano nas preocupações das pessoas, ficando como que esquecida pelos meios de comunicação, mas na realidade a pandemia não abrandou e continua a matar, o que aliado ao aparecimento tardio da gripe, tem vindo a agravar a situação nos serviços de urgência hospitalar, um pouco por toda a europa.

Especialistas alertam os governos para possíveis más surpresas que poderão ocorrer, deixando claro que a pandemia ainda não terminou, apesar da maioria dos países mais desenvolvidos continuarem a levantar as restrições, respaldados no facto de cerca de três quartos da população da União Europeia já estar vacinada contra a COVID-19. Todavia, vão advertindo que os cortes na testagem obrigatória e autoisolamento, podem tornar os governos mais vulneráveis e serem apanhados de surpresa pela doença, mais uma vez.

A generalidade dos investigadores assume que a subvariante BA.2 da Ómicron em circulação, que segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), já representa cerca de 86% dos casos sequenciados no mundo, não tem qualquer semelhança com outros padrões comuns de vírus respiratórios conhecidos e está a tornar-se numa das doenças mais infeciosas que a humanidade já conheceu.

Atualmente o epicentro da pandemia situa-se de novo na Europa, numa altura em que as taxas de infeção e mortalidade têm vindo a cair nas últimas semanas em todas as restantes Regiões do planeta, de forma acentuada e consistente. O último mapa da progressão das infeções, divulgado pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), revela que a totalidade dos países do velho Continente se encontram na zona vermelho-escura no mapa de taxas de incidência a 14 dias, significando a existência de pelo menos 960 casos positivos de COVID-19 por 100 mil habitantes. De fora deste quadro permanece Espanha, o único Estado-Membro da UE que tem vindo a reduzir as taxas de mortalidade e infeções por COVID-19 de forma consistente nas últimas duas semanas.

Entre nós, devido ao agravamento da situação, a Direção-Geral da Saúde (DGS), anunciou o regresso à divulgação diária da situação epidemiológica e de vacinação, que que semanas antes havia passado a semanal, adiantando que os relatórios de atualização diária ir-se-ão manter enquanto o coronavírus continuar a ser considerado  uma emergência de saúde pública de âmbito internacional.

Quando tudo fazia crer que com a chegada da primavera se aproximava o fim da pandemia de COVID-19 e a passagem da doença para uma endemia, eis que no velho Continente deflagra um conflito militar de grande dimensão que poderá vir a defraudar todas as expectativas dos europeus, que agora se vêm confrontados com um elevado número de refugiados de guerra a atravessar as fronteiras sem qualquer proteção sanitária, o que levou a que a pandemia tenha sido esquecida.

Coincidindo com um certo agravamento dos casos de infeção por COVID-19 que já se vinha a verificar devido à subvariante BA.2 da Ómicron (Deltacron), a deslocação massiva de pessoas que fogem da guerra, na sua grande maioria mulheres e crianças, em condições precárias e ainda sem o esquema vacinal completo, poderá vir a agravar ainda mais a situação por todo o espaço europeu e daí alastrar para outras regiões.

Na história da humanidade, sempre existiu um vínculo muito forte e complexo entre guerras e epidemias, sendo que estas tanto podem contribuir para modificar o desfecho de conflitos como antecedê-los ou tornar-se sua consequência. Uma guerra na Europa no século 21 que parecia improvável, vai por certo tornar-se num marco de um novo mundo de transformação global, com as pessoas a interrogar-se sobre se a segurança individual e coletiva estará num leito de hospital ou na punição de uma fronteira.

Em cenários de guerra, as pessoas lutam instintivamente pela sua sobrevivência e dos seus, descurando tudo o resto. A impossibilidade de cumprimento das mais elementares regras sanitárias no decurso das deslocações massivas e desordenadas para locais seguros, aliados à destruição de infraestruturas de saúde, vacinação inexistente ou incompleta, ausência de rastreio de doenças e falta de profissionais de saúde, torna os deslocados de guerra mais vulneráveis e frágeis, ficando facilmente expostos a todo o tipo de doenças infeciosas.

Passados mais de dois anos após o alerta dos primeiros dois casos de COVID-19 a 2 de março de 2020 em Portugal e após uma corrida sem hesitações ou paragens, na procura de uma vacina salvadora a nível mundial, eis que parece termos chegado de novo a um ponto de paragem para reflexão, devido à nova e silenciosa variante Deltacron (fusão da variante Delta e Ómicron), que tem vindo a revelar-se tão infeciosa como o sarampo, uma das doenças mais contagiosas que a humanidade já enfrentou, sendo já dominante na maioria dos países e que a guerra na Europa vem por certo agravar.

Desde então, o país enfrentou cinco vagas pandémicas, vários estados de emergência e dois confinamentos, não se sabendo ainda se deveremos levantar as restrições impostas, em segurança, e criar as condições para acomodar a doença no sistema de proteção vacinal do Serviço Nacional de Saúde (SNS), além de preparar os serviços de apoio à saúde mental das pessoas mais afetadas pela pandemia, desde profissionais de saúde a pacientes.

Apesar das perspetivas otimistas anunciadas e de, a nível Global, os números indicarem uma tendência consistente de descida nos casos de infeção e mortes, várias medidas continuam a ser implementadas, designadamente: autorização de doses de reforço de vacinas para a população adulta na maioria dos países; autorização de medicamentos antivirais para o potencial tratamento caseiro de infeções precoces; continuidade dos trabalhos de investigação no sentido de melhorar a eficácia vacinal e eficiência dos fármacos antivirais, em paralelo com as medidas de saúde pública, dada a prevalência da variante Deltacron.

As mazelas da pandemia

Não obstante a maioria dos especialistas começarem a acreditar que a pandemia já atingiu o seu pico e caminhamos para a transição para uma endemia, a breve trecho, os cientistas ainda pesquisam as causas da designada Covid longa, ou seja, sintomas que persistem depois de o paciente ter recuperado da doença, sintomas esses que até recentemente pacientes com sinais persistentes de COVID-19 diziam ter a impressão de que os seus médicos não os levavam a sério, mas que após 2 anos de observações rapidamente os levou a mudar de opinião.

Envolta em dúvidas entre médicos e pacientes que foram infetados pelo SARS-CoV-2, a condição Covid longa, revela os mesmos sintomas debilitantes da infeção original, que não param após o vírus ter abandonado o organismo, desde dificuldades respiratórias, fadiga extrema e dores no peito, que podem persistir durante meses, constituindo um enorme desafio no dia-a-dia e para um completo regresso à normalidade.

Estudos sobre a Covid longa, levados a cabo em mais de 50 países, identificaram mais de duas centenas de sintomas espalhados pelos vários sistemas do organismo, com destaque para a fadiga, dores no peito e nas articulações, perda de olfato, tosse e febre persistentes e problemas de perda de memória e concentração. Essas pesquisas têm vindo também a evidenciar como certos fatores podem aumentar o risco de desenvolver sequelas de longo prazo, mas ainda não são suficientes para poder prever quais os pacientes que correm risco, nem porque alguns não a contraem.

Tendo em conta o ainda elevado número de contágios e fatalidades a nível global, é necessário manter uma permanente vigilância e manutenção dos cuidados preventivos, como distanciamento físico, higienização e ventilação dos espaços em ambientes fechados, até que possamos atingir a ainda distante meta estabelecida pelos peritos de 20 mortes a 14 dias por milhão de habitantes, a partir da qual se possa finalmente iniciar uma vida normal.

Vacinação COVID-19

Apesar das recomendações reiteradas da OMS desde o início da pandemia, acerca da necessidade de uma postura ética e de equidade na distribuição das vacinas por todos os países e regiões do mundo, na realidade não foi possível atingir os objetivos delineados por aquela organização, dado que os países de alto e médio rendimento absorveram a maior parte das doses que foram administradas em todo o mundo.

A eficácia vacinal e de testagem, resultou numa redução no número de contaminados e de mortes na generalidade dos países, tendo-se criado a falsa ideia de que tudo estava controlado. Na realidade, face aos resultados, criou-se um certo clima de consenso de que a doença vai permanecer entre nós, sendo por isso necessário retomar as atividades económicas e sociais normais, já que o processo de vacinação se revelou eficaz, a população interiorizou a necessidade de precaução e as entidades reguladoras da saúde, da maioria dos países, têm vindo a reportar uma certa estabilização no número de internamentos hospitalares, com o consequente alívio da pressão nas urgências, o que é positivo.

Segundo o ourworldindata.org da Universidade de Oxford, 64,4% da população mundial já recebeu pelo menos uma dose da vacina para a COVID-19, tendo já sido administradas 11,26 mil milhões de doses a nível Global e 17,98 milhões são administradas por dia atualmente. Todavia, apenas 14,5% das pessoas de países com baixos recursos receberam uma dose, o que é manifestamente injusto, quando comparamos por exemplo com os Emiratos Árabes Unidos, que já vacinaram 96,12% da sua população completamente e 98,99% receberam pelo menos uma primeira dose.

Proporcionar o acesso equitativo Global a uma vacina segura e eficaz, protegendo os profissionais de saúde em especial e todos os que estão em maior risco, é para a OMS a única maneira de mitigar o impacto económico e de saúde pública das pandemias, sendo que as vacinas são comprovadamente a arma mais eficaz para debelar a COVID-19 e caminhar progressivamente com maior segurança para o objetivo de imunizar toda a população. Parece, contudo, cada vez mais evidente, que vamos ter de conviver com a endemia no futuro, tal como acontece com a gripe e outras viroses. A questão que se coloca é se iremos continuar a viver como antes ou se teremos de nos readaptar a novas formas de vida, como tudo parece indicar.

A saúde mental

Não existem hoje dúvidas de que a reação à COVID-19 já impôs novas formas de vida, quer no plano individual quer em sociedade, na tentativa de controlar a infeção e que se irão manter no futuro. À pandemia sucedeu rapidamente uma crise económica e agora uma guerra com efeitos devastadores, com todas com consequências “invisíveis” na saúde mental das populações. A avaliação do impacto psicológico do confinamento e autoisolamento das populações, as consequências ligadas ao desemprego, às dificuldades económicas e à exclusão social que afetam a humanidade, de uma ou outra forma ainda estão longe de poder ser feitas, mas já parecem eternizar-se.

A saúde mental e o bem-estar devem ser entendidos como direitos humanos fundamentais e os países devem repensar novos modelos de acesso aos cuidados no setor. Entre as recomendações da OMS estão o reforço dos serviços de saúde mental, a melhoria do acesso aos cuidados por via digital, o incremento dos serviços de apoio psicológico nas escolas, universidades, locais de trabalho e em particular para os trabalhadores da primeira linha no combate à pandemia.

A saúde mental é uma componente-chave da saúde humana que requer ação imediata dos governos. Transtornos mentais e comportamentais, que já antes da pandemia eram considerados os grandes males do século 21, face à ocorrência da pandemia por SARS-CoV-2 o cenário agravou-se consideravelmente, em particular nas relações do trabalho, havendo necessidade de alertar e educar empregadores e empregados no que respeita aos riscos que doenças como depressão e ansiedade podem provocar, a fim de atenuar os seus efeitos.

Os cuidados com o bem-estar psíquico devem ser levados a sério, senão quando debelarmos esta pandemia teremos forçosamente de enfrentar outra – uma pandemia de saúde mental.

Novas variantes e a imunidade vacinal

Atualmente no segundo lugar do ranking mundial de vacinação COVID-19, segundo o site ourworldindata.org, há já alguns meses que Portugal ultrapassou o objetivo inicialmente indicado pela DGS para se atingir a imunidade de grupo, o que não veio trazer aos portugueses a “libertação total” da sociedade, como prematuramente foi anunciado, em boa parte devido às transmutações do vírus.

Não podemos esquecer que a variante Delta do SARS-CoV-2, que em Portugal e na maioria dos países da UE atingiu uma prevalência de 99%, nos fez retroceder no longo percurso para debelar a doença. A sua evolução para a nova variante Ómicron e posteriormente para as suas subvariantes BA.1 e principalmente a BA.2 (agora designada por Deltacron), vieram de novo baralhar os dados.

Embora inicialmente os peritos tenham indicado que esta última, apesar de ser mais contagiosa era menos letal, ao tornar-se agora prevalente, mostrou ser tão perigosa quanto as anteriores, o que constitui uma nova preocupação para especialistas, governantes e para todos nós.

O receio de surgimento de novas mutações do vírus mantém-se presente, mas a vacinação continua a ser, sem dúvida, a arma comprovadamente mais eficaz para vencer esta e outras batalhas que eventualmente seja necessário travar. Numa luta contra o tempo, entre a vacinação e a progressão da doença, é necessário pedir a todos sem exceção, à população em geral, aos profissionais de saúde, cuidadores informais e forças de segurança, um derradeiro esforço suplementar a fim de tentar travar definitivamente estas novas variantes do SARS-CoV-2, e outras que possam vir a surgir.

Certificado Digital COVID-19 da UE

Os vírus não conhecem fronteiras! O certificado digital continua a ser uma ferramenta importante para travar a disseminação do vírus, em particular através de viagens. Com um crescente número de países a desconfinar e a renunciarem à obrigatoriedade de quarentena para os seus cidadãos que possuam um certificado digital de vacinação, torna-se indispensável proteger as fronteiras e impedir a sua propagação de forma eficaz.

O certificado Digital COVID-19 da UE, em vigor desde o dia 1 de julho de 2021, foi criado com o objetivo de iniciar o desconfinamento no espaço da UE e facilitar a livre circulação entre os Estados-Membros para tentar salvar a economia. Para uma abordagem comum das medidas a adotar sobre viagens, os países acordaram então, estabelecer critérios uniformes de mapeamento das zonas de risco, através do uso de quatro cores identificativas num quadro-matriz de fácil e intuitiva interpretação.

Zona vermelho-escura: risco muito alto (mais de 500 casos por 100 mil pessoas); zona vermelha (entre 50 e 500 pessoas e teste positivo igual a 4% ou mais); laranja (menos de 50 casos por 100 mil pessoas e teste positivo igual a 4% ou mais); zona verde (menos de 25 casos por 100 mil pessoas e teste positivo inferior a 4%).

O Certificado Digital COVID-19 da UE, continua disponível em formato digital e em papel, tem de ser renovado a cada seis meses e serve para comprovar que o seu portador foi vacinado contra a COVID-19, recebeu um resultado negativo do teste ou recuperou de uma infeção COVID-19. Foi agora proposta pela Comissão Europeia (CE) a sua extensão até 30 de junho de 2023.

Perspetivas

Uma saída sustentável da pandemia na UE depende dos progressos realizados a nível mundial, pois nenhum país ou região do mundo estarão seguros em relação à COVID-19 se a sua propagação não for contida a nível Global. Nesse sentido, a UE e o conjunto dos Estados-Membros lideram desde a primeira hora o investimento no Mecanismo Mundial COVAX, que já entregou mais de 1,8 mil milhões de vacinas a países mais desfavorecidos, tendo definida uma abordagem coordenada para partilha de vacinas através de um mecanismo autónomo, com o fim de ajudar os países parceiros e de economias mais débeis, a superar a atual pandemia.

Esse mecanismo é coliderado pela Coalition for Epidemic Preparedness Innovations (CEPI), The Vaccine Alliance (GAVI) e OMS, conjuntamente com a UNICEF, parceiro de distribuição, tendo por objetivo acelerar o desenvolvimento e fabrico de vacinas para a COVID-19 e garantir o acesso justo e equitativo para todos os países do mundo o que, no entanto, ainda está longe de se conseguir.

Segundo os últimos dados do ourworldindata.org, foram recebidas até agora no país 27,6 milhões de doses e administradas 22,9 milhões. Destas, pelo menos 9,7 milhões de pessoas receberam uma primeira dose, 9,4 milhões receberam a vacinação completa e cerca de 6,2 milhões receberam uma terceira dose de reforço, o que corresponde respetivamente a 93,8%; 91.3% e 60,2% da população, números que colocam Portugal atualmente no segundo lugar do ranking mundial da vacinação contra a COVID-19. Ainda segundo o mesmo site, foram efetuados no País cerca de 40 milhões de testes (PCR+ Antigénio).

O País também tem um dos mais favoráveis indicadores de vacinação. Porém, com ligeiras oscilações, as taxas de contágio da pandemia têm vindo a crescer desde a segunda semana de março, prevendo-se que venha a baixar e o índice de transmissibilidade (Rt) tem-se mantido abaixo de um (0,97), na generalidade do território nacional. A incidência de infeção nos últimos 14 dias ainda se mantém elevada, situando-se em 731 casos de infeção por 100 mil habitantes, um crescimento acentuado em relação ao período anterior.

Situação atual na Europa

Segundo o ECDC, a situação epidemiológica geral no espaço da EU / EEE na última quinzena, caraterizou-se por um aumento contínuo, mas lento, das taxas de notificação de casos de 4,6% em comparação com o período anterior, porém de 14% entre as pessoas com 65 anos ou mais, em 17 dos 26 países com dados disponíveis.

O nível de ocupação ou admissão em UCI continuou muito abaixo do observado anteriormente, sem países a relatar níveis acima de 50% dos máximos atingidos nos picos da pandemia e além disso a taxa de mortalidade continuou a diminuir cerca de 11% comparando com o mesmo período anterior. No entanto, a taxa de notificação de casos COVID-19 por 100 mil habitantes continua a aumentar ligeiramente, o que sucede há já três semanas consecutivas.

A taxa de mortalidade observada de 28,3 óbitos em 14 dias por milhão de habitantes, tem vindo a diminuir de forma sustentada desde há 5 semanas na generalidade dos países, o que leva o ECDC a prever uma tendência decrescente nos casos COVID-19, tendências estáveis nos internamentos hospitalares bem como na mortalidade em geral.

Em Portugal, o número diário de óbitos continua em ligeiro abrandamento, tendo-se registado 20 fatalidades nas últimas 24 horas. Foram ainda confirmados mais 10 754 novos casos de infeção pelo coronavírus SARS-Cov-2, o que perfaz um total – desde que a pandemia foi detetada no país em Março do último ano, de 3 534 003 infetados e 21 545 vítimas mortais. Há ainda a registar 474 019 casos ativos da doença, 1 164 internamentos hospitalares e 64 casos críticos, que estão a ser acompanhados em UCI pelas autoridades de saúde.

Embora o fim das restrições esteja em andamento e se preveja a abertura plena à sociedade a breve trecho, duras experiências do passado, aconselham prudência, que se avance com cuidado e se saiba esperar. Para além da vacinação completa, as demais regras de prevenção como o uso de máscara, a higienização pessoal e a prática de distanciamento, entre outras recomendações das autoridades da saúde e que o bom senso aconselha, devem continuar a ser seguidas preventivamente.

A COVID-19 a nível Global

Segundo dados do site worldometers, que aglutina a informação disponibilizada pela OMS e pelos principais Centros de Controle e Prevenção de Doenças em todo o mundo, desde 31 de Dezembro de 2019 até hoje, dia 01 de abril de 2022, foram notificados em todo o mundo 488 763 939 casos de doença, incluindo 6 167 915 mortes e mais de 423 825 026 recuperados.

A nível Global, o número de casos de infeção e o número de mortes por covid-19 tem vindo a baixar consistentemente, com exceção da Europa onde apesar dos casos de morte continuarem a cair de forma significativa, as taxas de infeção continuaram em crescimento na última quinzena, e recentemente da China (Xangai), onde se verifica um surto que levou ao confinamento total da população daquela cidade.

Em números absolutos o continente europeu continua a liderar, pelas piores razões, com o número de infetados a ultrapassar 178 908 368 casos reportados, seguido das Américas com 152 697 506, da Ásia com um total de 139 875 008 infetados e de África também com um aumento para 11 758 609 pessoas. A Oceânia com 4 527 216 contaminados continua a ser o continente com menos casos registados, embora se tenha verificado um incremento no número de infeções particularmente na Austrália, mas não de mortes que continuam a baixar.

covid 19, mapa mundo

Independentemente da evolução, apesar de tudo ainda incerta da pandemia e de ainda poder vir a ser necessário ponderar novas ações, a experiência de outras pandemias que surgiram no passado recomenda precaução absoluta pois, tal como outrora, a possibilidade de eclosão de novas vagas, particularmente nestes tempos atípicos e instáveis permanece em aberto. A nova COVID-19 mantém-se latente, transmuta-se e já mostrou que não dá tréguas!

Caracterização do Vírus COVID-19

Os coronavírus são uma família de vírus de RNA que geralmente provocam doença respiratória leve em humanos, semelhante a uma gripe comum. Porém, algumas estirpes podem apresentar-se como uma doença mais grave, como a síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS) e a atual síndrome respiratória aguda severa (SARS-CoV-2).

O novo coronavírus (COVID-19) foi identificado pela primeira vez em humanos, na cidade de Wuhan, China, no final de Dezembro de 2019 e alastrou rapidamente para outras regiões, acabando por contaminar todo o planeta e tendo dado origem à atual pandemia. Muito embora ainda se desconheça sua origem, sabe-se que também possui capacidade de mutação em animais.

Epidemia vs pandemia

A palavra pandemia, deriva do grego “pandemias” (todos + demos=povo), para identificar uma epidemia de doença infeciosa que se espalha quase simultaneamente entre a população de uma vasta região geográfica como continentes ou mesmo pelo planeta.

Metodologia de atualização de dados

A atual situação epidémica é acompanhada em permanência pela OMS, FDA, ECDC, EMA, DGS e outras Entidades de Saúde Regionais e Nacionais que divulgam os principais indicadores relativos ao número de casos atingidos pela doença, bem como o número de mortes diretamente atribuíveis à COVID-19. Não obstante os números serem alterados a cada instante, o quadro seguinte reflete os últimos dados conhecidos, e tem por objetivo mostrar uma panorâmica a nível Global que ajude a uma tomada de consciência das pessoas, tão realista quanto possível.

Situação Mundial da Pandemia a 01 de ABRIL de 2022, segundo a OMS:

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

 

RECOMENDAÇÕES GERAIS DA ECDC

Como se dissemina a COVID-19?

As pessoas podem ser infetadas pelo SARS-CoV-2 através de outras pessoas portadoras do vírus, inalando pequenas gotículas infetadas, ao tossirem e espirrarem ou ao tocar superfícies contaminadas e em seguida tocarem o nariz, a boca ou os olhos.

Quais são os principais sintomas da doença?

A COVID-19 afeta cada pessoa de forma diferente. A maioria das pessoas infetadas experimenta sintomas ligeiros a moderados da doença e recuperam naturalmente, mas para muitas outras pode ser mais grave. Os sintomas principais incluem uma combinação de febre, tosse seca, dores de garganta, dificuldade para respirar, dor muscular e tensão, diarreia, cansaço anormal, perda de olfato ou paladar, dores de cabeça, nariz entupido.

A mais recente subvariante da Ómicron em circulação, a BA.2 (Deltacron), que se tornou dominante na maioria dos países, provoca sintomas ligeiramente diferentes das linhagens anteriores, mais leves e silenciosos, que podem ser confundidos com uma vulgar constipação. Contudo trata-se de COVID-19 e não deixa de ser preocupante pois além de ser mais contagiosa, causa igualmente doença grave.

Surto de doença, O que precisa saber?

Se já esteve em áreas afetadas pela COVID-19 com risco de exposição ou entrou em contacto com pessoa infetada com a doença e se, no espaço de 14 dias, desenvolve tosse, febre ou falta de ar, dores de cabeça e nariz entupido, sem motivo aparente:

– Fique em casa e não vá para o trabalho ou escola.

– Ligue de imediato para o número de saúde do país em que deseja obter informações; certifique-se de que menciona os sintomas, histórico de viagens e os contactos tidos.

– Não vá ao médico ou hospital. Lembre-se que pode infetar outras pessoas. Se precisar de entrar em contacto com seu médico ou visitar o serviço de emergência hospitalar, ligue com antecedência; indique sempre os seus sintomas, o histórico de viagens ou contactos.

Como pode proteger-se e aos outros da infeção

– Evite o contacto próximo com pessoas doentes, especialmente as que tossem ou espirram.

– Tussa e espirre no cotovelo ou num lenço de papel, NÃO na mão. Descarte o lenço usado imediatamente num contentor do lixo fechado e lave as mãos com água e sabão.

– Evite tocar nos olhos, nariz e boca antes de lavar as mãos.

– Lave regularmente as mãos com água e sabão, pelo menos durante 20 segundos ou use um desinfetante à base de álcool após tossir / espirrar, antes de comer e preparar alimentos, depois do uso do WC e após tocar superfícies em locais públicos.

– Pratique o distanciamento social, mantendo-se pelo menos a 2 metros de distância dos outros, especialmente de quem estiver a tossir ou espirrar.

– Mantenha os espaços arejados.

 

Linha de Apoio em Portugal (SAÚDE 24): (+351) 808 24 24 24

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
10 de Abril de 2024

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