Os cientistas verificaram que quando os mosquitos – nomeadamente o Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue, zika, febre amarela e chikungunya – cheiram compostos específicos, como o CO2 da nossa respiração os seus olhos são estimulados a procurar cores específicas e outros padrões associados a um hospedeiro em potencial.

Durante a investigação, liderada pelo professor de Biologia Jeffrey Riffell, cada mosquito fêmea foi analisado individualmente em câmaras de teste em miniatura. Em cada uma delas foram pulverizados odores e apresentados diferentes padrões visuais, como partes do corpo humano ou um ponto colorido.

Quando não havia estímulo de odor, os Aedes aegypti ignoraram um ponto no fundo da câmara, independentemente da cor. Depois de uma borrifadela de CO2 no fundo da câmara, continuaram a ignorar os pontos de cor verde, azul e roxo, mas se o ponto fosse vermelho, laranja, preto ou cyan os mosquitos voavam diretamente para ele. Estas cores foram escolhidas por corresponderem a comprimentos de onda mais longos de luz.

Segundo o investigador, o olfato das fêmeas – as responsáveis pelas picadas – é determinante para escolherem quem vão picar, no entanto, as cores apontadas como “fatores de risco” ampliaram a atração dos animais pelos humanos.

Esta investigação pode ajudar a explicar como os mosquitos selecionam os seus hospedeiros, isto porque independentemente da pigmentação, a pele humana emite um forte “sinal” vermelho-alaranjado para os olhos dos insetos. Conclui-se então que determinadas cores potencializariam os estímulos visuais dos mosquitos.

O estudo, publicado na revista científica Nature Communications, ainda é inconclusivo em apontar se os insetos têm a capacidade de identificar as cores como os humanos, ainda que já esteja claro que as que apresentam maior comprimento de onda de luz são mais atrativas. Por essa razão talvez se tenha encontrado resposta para a pergunta: como evitar ser picado?

Uma forma de prevenção seria evitar roupas vermelhas, diminuindo o potencial de atração dos mosquitos, além de cobrir mais partes do corpo com cores de outras tonalidades.
O especialista alerta, contudo, para o facto de serem necessárias mais investigações para determinar como outras pistas visuais e olfativas também têm impacto e tornam os mosquitos mais atraídos por um potencial hospedeiro.