Exposição a poluição na infância pode estar ligada a automutilação
Um estudo que avaliou mais de 1,4 milhão de dinamarqueses revelou uma ligação entre níveis mais altos de exposição a dois poluentes comuns durante a infância e um risco aumentado de automutilação na vida adulta.
SOCIEDADE E SAÚDE
O MEIO AMBIENTE E A SAÚDE PÚBLICA
Os factores ambientais podem provocar ou determinar o desenvolvimento de várias doenças, por isso proteger o ambiente e a saúde é um dos maiores desafios propostos ao Homem moderno. LER MAIS
Publicado na revista Preventive Medicine, o estudo investigou se a exposição residencial de longo prazo a partículas (PM2,5) com diâmetro inferior a 2,5 µm e [url-nolink=/pt/medicamentos/DCI/dioxido-de-azoto-dioxido-de-nitrogenio/informacao-geral]dióxido de nitrogénio[/url] (NO2) durante a infância estava associada a um maior risco posterior de automutilação.
A equipa conseguiu rastrear o local de residência de cada pessoa desde o nascimento até o décimo aniversário, bem como o tempo que residiram em cada endereço – a partir daí, os cientistas avaliaram o risco de automutilação subsequente desde o décimo aniversário até a idade máxima de 37 anos.
A informação foi associada a medições dos níveis externos de PM2,5 e NO2 na vizinhança local ao longo do tempo – este foi o primeiro estudo longitudinal de base populacional a revelar que a exposição de longo prazo a dois poluentes comuns: PM2,5 e NO2, durante a infância, estava associada a riscos subsequentes de automutilação.
Os investigadores mostraram que a exposição a 19 μg/m3 ou acima de PM2,5 em média por dia desde o nascimento até ao décimo aniversário foi associada a um risco 48 por cento maior de automutilação subsequente, em comparação com uma exposição diária média de menos de 13 μg/m3.
E para cada 5 μg/m3 de aumento na exposição a PM2,5 em média por dia durante a infância, os cientistas descobriram que o risco de automutilação subsequente aumentou em 42 por cento.
Da mesma forma, a exposição a 25 μg/m3 ou superior de NO2 em média por dia desde o nascimento até ao décimo aniversário foi associada a um risco 50 por cento maior de automutilação subsequente, em comparação com uma exposição diária média de menos de 10 μg/m3.