VÍRUS

Macrófago sintético captura e neutraliza vírus

Ao contrário do que ocorre com as bactérias, para as quais dispomos dos antibióticos, ainda não contamos com antídotos eficazes contra a maioria das infeções por vírus. Mas agora surgiu uma esperança.

Macrófago sintético captura e neutraliza vírus

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Em vez de medicamentos antivírus, uma equipa da Universidade Técnica de Munique, na Alemanha, desenvolveu uma nova abordagem: criaram estruturas que englobam e neutralizam os vírus, uma espécie de “macrófagos sintéticos”, que podem capturar os vírus, neutralizando-os.

Christian Sigl e os seus colegas projetaram as nanoestruturas para que fossem construídas com moléculas de ADN. As nanocápsulas são construídas usando uma técnica conhecida como “origami de ADN”.

Sigl partiu das especificações geométricas que resultam conforme os envelopes proteicos dos vírus são construídos. A partir daí, ele desenvolveu um conceito que possibilitou a produção de estruturas artificiais ocas, do tamanho de um vírus, e dotadas de aberturas suficientemente grandes através das quais os vírus podem entrar numa espécie de conchas. Assim, as estruturas ocas funcionam como uma espécie de “armadilha de vírus”, para os tirar de circulação, antes que causem infeções.

Partindo da forma geométrica básica de um icosaedro - um objeto composto por 20 superfícies triangulares - a equipa decidiu construir as “armadilhas ocas” a partir de placas triangulares tridimensionais.

Para que as moléculas de ADN se agrupem em estruturas geométricas maiores, as bordas de cada placa individual devem ser ligeiramente chanfradas. A escolha e o posicionamento precisos dos pontos de ligação nas bordas garantem que os painéis se montem nos objetos desejados, dobrando-se automaticamente, o que lembra a arte japonesa do origami.

Variando os pontos de ligação nas bordas dos triângulos, a equipa conseguiu não apenas criar esferas ocas fechadas, mas também esferas com aberturas ou meias conchas. São estas que podem ser usadas como armadilhas para os vírus.

O objetivo agora é testar os “blocos de construção” em cobaias vivas. “Estamos muito confiantes de que esse material também será bem tolerado pelo ser humano”, disseram os cientistas.


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