DIAGNÓSTICO

Testes rápidos podem não detetar 40% das pessoas com COVID-19

Uma comparação direta entre testes PCR e testes rápidos de antigénio, divulgada pelos Laboratórios SYNLAB, vem realçar a inexatidão destes últimos quando utilizados para testar pessoas “saudáveis”.

Testes rápidos podem não detetar 40% das pessoas com COVID-19

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Neste estudo comparativo foram efetuados mais de 20 000 testes à SARS-CoV-2 em indivíduos no seu local de trabalho, ou seja, que não descreveram quaisquer sintomas (sendo, por isso, considerados “saudáveis”).

Os resultados destes testes confirmam que quase 40 por cento dos casos positivos de SARS-CoV-2 identificados através dos testes PCR poderiam não ter sido detetados se os indivíduos testados tivessem realizado apenas testes rápidos de antigénio.

Foi demonstrado de forma clara que as pessoas que testaram negativo com os testes rápidos de antigénio (mas que, na realidade, estavam positivas) podem disseminar o vírus da COVID-19 com consequências graves. Estas situações ocorreram na Casa Branca (EUA) e com associações desportivas de alguns países nas quais o vírus se alastrou no seio das equipas em poucos dias.

A explicação para as limitações dos testes de antigénios reside numa queda acentuada da precisão de deteção do vírus nos indivíduos com cargas virais mais baixas, acima de 25 a 30 Ct (limiar de ciclo).

O valor Ct indica quantos ciclos de multiplicação PCR devem ser executados para revelar a presença do material genético viral. Regra geral, quanto mais alto o valor Ct, menos quantidade de vírus está presente na amostra.

Desta forma, fica claro que os testes de antigénio não detetam a SARS-CoV-2 em pessoas testadas com valores Ct mais elevados; contudo, isto não significa que estas pessoas não possam infetar outras, pois foi demonstrado que o vírus infecioso pode ser isolado mesmo de indivíduos com valores Ct superiores a 35.

“Os dados médicos que obtivemos reforçam a nossa preocupação relativamente à utilização de testes rápidos de antigénio para garantir ambientes seguros para a interação humana. Os testes de antigénio poderiam falhar a deteção em quase 40 por cento dos portadores do vírus, que seriam identificados por RT-PCR ou métodos equivalentes. Essas pessoas encontrar-se-iam em falsa segurança e poderiam espalhar o vírus sem o saberem, colocando em risco todas as outras à sua volta. Temos observado muitos exemplos destes casos. Todos queremos voltar ao normal, mas só o conseguiremos se agirmos e testarmos de uma forma responsável e precisa”, explica Laura Brum, diretora médica da SYNLAB Portugal.

Fonte: Miligrama (press release)

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