Antibióticos podem reduzir eficácia da pílula anticoncecional
Um novo estudo abrangente fornece mais evidências de que os antibióticos podem reduzir a eficácia das pílulas anticoncecionais. Isso significa que as mulheres que usam os dois tipos de medicamentos ao mesmo tempo devem tomar precauções extras para evitar uma gravidez indesejada.
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O estudo não conseguiu provar uma relação de causa e efeito, no entanto, segundo os cientistas, sugere que há uma interação entre os fármacos antibacterianas e os contracetivos hormonais, o que pode potencialmente prejudicar a eficácia dos anticoncecionais.
De acordo com os investigadores, da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, estudos anteriores sobre interações entre antibióticos e pílulas anticoncecionais produziram resultados mistos.
Com o intuito de aprofundar o conhecimento sobre essa relação, os autores do estudo rastrearam relatos de suspeita de efeitos colaterais indesejados de medicamentos – chamados de Yellow Cards – relatados por prestadores de cuidados de saúde e pelo público ao regulador de medicamentos e dispositivos médicos do Reino Unido, o Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency.
Especificamente, eles compararam o número de gravidezes indesejadas relatadas em quase 75 000 Yellow Cards para antibióticos em geral, cerca de 33 000 para medicamentos indutores de enzimas e mais de 65 500 outros tipos de medicamentos.
No total, foram registados 46 casos de gravidez indesejada nos relatórios do Yellow Cards para antibióticos (uma taxa de 62 por 100 000), 39 nos relatórios de medicamentos indutores de enzimas (119 por 100 000), e seis em relatórios de outros medicamentos.
Em comparação com outros tipos de medicamentos, as gravidezes indesejadas foram sete vezes mais comuns em notificações de antibióticos no Yellow Cards e 13 vezes mais comuns em notificações de medicamentos indutores de enzimas, que incluíam alguns antibióticos.
De acordo com o estudo, defeitos congénitos também foram relatados sete vezes mais frequentemente em relatórios sobre medicamentos indutores de enzimas do Yellow Cards.
Os cientistas enfatizam que não foi possível calcular os riscos absolutos a partir dos dados analisados, e que o risco varia de mulher para mulher, de acordo com a sua constituição fisiológica e circunstâncias.
Contudo, os autores concordam que se uma mulher está a usar anticoncecionais hormonais e antibióticos, deverá ser aconselhada a adotar medidas contracetivas extras.