Elastografia por RM pode detetar precocemente epilepsia
Cientistas norte-americanos descobriram que a utilização da elastografia por ressonância magnética (ERM) pode melhorar a deteção precoce e caracterização da epilepsia. O estudo foi publicado na revista NeuroImage: Clinical.
A epilepsia do lobo temporal mesial é o tipo mais comum de epilepsia que é resistente à medicação e, infelizmente, os métodos de deteção, que incluem a ressonância magnética (RM), só podem visualizar as alterações induzidas pela epilepsia no cérebro depois da doença ter causado danos significativos.
Os cientistas explicam que as mudanças estruturais no cérebro, em resposta às convulsões, causam a morte de neurónios e a formação de tecido cicatrizado e que quando são detetadas quaisquer alterações na RM, a doença já está bastante avançada.
A elastografia por ressonância magnética utiliza o scanner de RM para analisar a rigidez dos tecidos cerebrais, sendo esta uma técnica não invasiva.
Neste método, o doente deita-se numa pequena almofada vibratória, enviando as vibrações para os tecidos que mudam à medida que a composição e a organização dos tecidos se alteram.
Os investigadores utilizaram as ERM para ver se havia alguma alteração no hipocampo, a parte do cérebro que está envolvida na memória, e verificaram que nas fases iniciais da epilepsia, há um pequeno dano na estrutura, que é possível detetar com a ERM.
A deteção precoce destas alterações é fundamental para a doença, especialmente porque causa sintomas muito ligeiros nas fases iniciais, começando com uma sensação de déjà vu, que se torna mais comum à medida que a doença progride.
A ERM permite a deteção precoce destas alterações, dando aos médicos a oportunidade de mudar o curso do tratamento e a informação de quando estes devem intervir com cirurgia, afirmaram os autores do estudo.