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Portugal tem seroprevalência de 2,9% de infeção pelo novo coronavírus

Os resultados do Inquérito Serológico Nacional COVID-19 (ISN COVID-19) indicam uma seroprevalência global de 2,9 por cento de infeção pelo novo coronavírus na população residente em Portugal, o que aconselha a “manutenção das recomendações de proteção individual e coletiva para todos os indivíduos”, sublinhou a ministra da saúde, Marta Temido, na última conferência de imprensa de atualização da situação epidemiológica.

Portugal tem seroprevalência de 2,9% de infeção pelo novo coronavírus

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Para Ana Paula Rodrigues, coordenadora do estudo conduzido pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) estes valores indicam que houve “uma baixa circulação do novo coronavírus na população portuguesa muito provavelmente relacionada com as medidas de saúde pública instituídas logo no início da epidemia”.

No que respeita à distribuição por sexo, a seroprevalência estimada foi mais elevada nos homens (4,1 vs. 1,8 por cento). Enquanto que por idade a seroprevalência apresentou valores semelhantes para os grupos etários em estudo, variando entre 2,2 por cento no grupo etário dos dez aos 19 anos e 3,2 por cento no grupo etário dos 40 aos 59 anos. Entre as diferentes regiões de saúde, a seroprevalência variou entre 1,2 por cento no Alentejo e 3,5 por cento em Lisboa e Vale do Tejo, embora sem significância estatística.

Por nível de escolaridade, observaram-se diferenças estatisticamente significativas entre os valores de seroprevalência estimados, que se revelou mais elevado nos indivíduos que completaram o ensino secundário (6,4 por cento) e mais baixo nos que concluíram o ensino superior (1,4 por cento).

A seroprevalência foi mais elevada nos indivíduos que referiram ter tido um contacto prévio com caso suspeito ou confirmado de COVID-19 (22,3 vs. 2 por cento) e naqueles com sintomatologia compatível com COVID-19 – febre, arrepios, astenia, odinofagia, tosse, dispneia, cefaleias, náuseas/vómitos e diarreia – (6,5 vs. 2 por cento). Cerca de 44 por cento dos indivíduos com anticorpos específicos contra o novo coronavírus não referiram qualquer sintoma anterior de COVID-19.

Segundo a coordenadora do ISN COVID-19, Ana Paula Rodrigues, os resultados encontrados “aconselham a manutenção das recomendações de proteção individual e coletiva para todos os indivíduos, independentemente do respetivo nível de anticorpos específicos contra SARS-CoV-2, e mostram a necessidade de monitorizar a evolução da seroprevalência destes anticorpos na população, de acordo com a evolução da epidemia em Portugal”.

O ISN COVID-19, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, através dos seus departamentos de Epidemiologia e de Doenças Infeciosas, em parceria com a Associação Nacional de Laboratórios Clínicos e vários hospitais do Serviço Nacional de Saúde, revela uma seroprevalência global de acordo com valores obtidos noutros estudos seroepidemiológicos de base populacional e âmbito nacional realizados noutros países.

O primeiro ISN COVID-19 teve por objetivos primários caracterizar a distribuição dos anticorpos específicos contra SARS-CoV-2 e determinar a extensão da infeção por SARS-CoV-2 na população residente em Portugal.

Este estudo visa também determinar e comparar a seroprevalência de anticorpos específicos contra SARS-CoV-2 por grupo etário e por região de saúde, assim como determinar a fração de infeções assintomáticas.

O ISN COVID-19 é um estudo epidemiológico observacional, transversal de âmbito nacional, tendo sido analisada uma amostra não-probabilística (amostragem por quotas) de 2 301 pessoas residentes em Portugal, com idade superior ou igual a 1 ano, recrutados em 96 pontos de colheita de sete laboratórios de patologia Clínica da comunidade associados da Associação Nacional de Laboratórios Clínicos e 18 hospitais do SNS, entre 21 de maio e 8 de julho.

Fonte: SNS

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