Fazendo uma avaliação global, segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC), uma agência da União Europeia (UE), considerando as definições de casos aplicados e estratégias de teste levadas a cabo nos países afetados pela pandemia COVID-19, desde 31 de dezembro de 2019 até ao dia 31 de julho de 2020 (7 meses), foram notificados em todo o mundo 17 498 822 casos de doença incluindo 677 165 mortes e 10 956 381 recuperados.
A mesma fonte acrescenta ainda que no seu conjunto, o continente americano tem sido o mais fustigado, com o número de infetados a ultrapassar os 9 338 314 (53% do total mundial) e os óbitos a atingirem 355 582 (52,5%), seguido da europa com mais de 2 883 933 casos e 203 934 mortes. Verifica-se, no entanto, que tendencialmente é em alguns países do continente asiático que prevalece a maior incidência de casos, com o surto a evoluir muito rapidamente, e embora em menor escala, também em alguns países africanos.
Na europa, o risco de contágio é atualmente avaliado em baixo (nas áreas onde estão a ser feitos extensos testes que mostram taxas de deteção muito baixas) a moderadas (onde ainda há substancial transmissão contínua da comunidade e nas quais não foram implementadas adequadas medidas de distanciamento físico).
A tendência decrescente na incidência da pandemia é observada e sustentada em quase todos os Estados-Membros da UE, todavia nas últimas semanas alguns têm vido a relatar focos de transmissão contínua nas suas comunidades, temendo-se por isso que algum retrocesso venha a verificar-se na situação, depois das bem conhecidas medidas de excecional robustez que foram implementadas com carater temporário, mas que tantos danos causaram à economia e não só.
A incerteza que ainda permanece em vastos setores das sociedades, quanto à extensão da circulação do vírus, deriva da limitada ou mesmo inexistente informação disponível nas comunidades sobre os níveis de transmissibilidade que ocorrem fora das cadeias de transmissão conhecidas ou devido à importação entre países através de viagens, bem como das caraterísticas assintomáticas da doença.
Não obstante todas as dúvidas, com exceção da Suécia, constata-se que a quase totalidade dos países europeus relatam uma incidência sequencial de 14 dias abaixo de 20 casos por 100 000 habitantes, em muito devido à implementação de rigorosas medidas de resposta à pandemia, sazonalidade, autoconsciência da população na prevenção de doenças e adesão às medidas implementadas pelos governos.
Entre nós, ainda em período de desconfinamento de geometria variável, em grande parte devido aos focos de contágio na área de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), onde se tem concentrado a maioria dos novos casos, a última quinzena revelou uma tendência para uma redução gradual com a média diária a situar-se ao nível mais baixo desde a última semana de maio, muito embora com alguns “picos” ligeiros, suficientes porém para manter alguma prudência nas previsões.
Face a estes resultados e a pensar na economia, o Governo decidiu rever o nível de alerta antes decretado para as 19 freguesias da Área Metropolitana de Lisboa (AML), de calamidade para contingência, mas mantendo as restrições anteriores nas quais introduziu pequenas alterações. Assim, face à continuada redução do número de casos, o Conselho de Ministros decidiu que a partir do dia 31 de julho, todo o território passa a ter o mesmo nível de resposta à COVID-19, com exceção para a AML, mantendo-se até lá os três níveis de alerta em vigor.
Os horários de funcionamento dos centros comerciais mantêm-se, com o encerramento previsto para as 20h00, mas voltam a ser permitidos os ajuntamentos até dez pessoas em vez das cinco anteriores. À semelhança do que acontecia antes, os supermercados fecham às 22h00 e os restaurantes ou similares podem receber pessoas até às 24h00 e manter-se abertos até à 01h00. Mantém-se a proibição do consumo de bebidas alcoólicas na via pública e a venda de álcool está interdita a partir das 20 horas em qualquer espaço comercial.
Está previsto que a 13 de agosto, o Conselho de Ministros volte a reunir-se a fim de avaliar os resultados das medidas impostas e a evolução da doença, data particularmente importante devido ao facto de Lisboa ter sido escolhida para a realização da final da Liga dos Campeões de Futebol, evento que inevitavelmente irá originar maior circulação de pessoas, na capital e fora dela.
De destacar, que com a passagem da AML para o estado de contingência, já a partir do final de julho, as restrições atualmente impostas de dever cívico de recolhimento domiciliário, na livre circulação de pessoas, nos ajuntamentos e na proibição de mercados e feiras (embora de forma condicionada), são por consequência levantadas.
No entanto, experiências de outras pandemias que alastraram no passado recomendam precaução. A COVID-19 não dá tréguas! Todos os cuidados são poucos! A incerteza quanto ao evoluir da doença mantém-se, designadamente quanto à possibilidade de eclosão de uma segunda vaga no outono, não se podendo fazer quaisquer previsões sobre datas para início das atividades “ditas normais” da sociedade, que se adivinha jamais voltarão a ser como antes, pelo menos até que se descubra uma “vacina milagrosa” que nos liberte do medo e da desconfiança.
Quanto à “vacina milagrosa”, anuncia-se que os cientistas têm feito grandes progressos no desenvolvimento de vacinas contra a COVID-19, não sendo contudo espectável a sua utilização até ao início de 2021. A OMS está a trabalhar para expandir o acesso a possíveis vacinas e ajudar a aumentar a capacidade de produção, mas enquanto isso não acontece é fundamental suprimir a disseminação do vírus – uma responsabilidade que é de todos nós!
O relatório epidemiológico diário divulgado pela DGS, revela que nas últimas 24 horas foram reportados 255 novos casos de infeção pelo novo coronavírus e mais 2 óbitos, elevando o total de vítimas mortais para 1727.
A caracterização clínica dos casos confirmados indica que estão internados em unidades hospitalares 403 doentes dos quais 42 em unidades de cuidados intensivos (UCI), com a seguinte sintomatologia: febre (28%); tosse (35%); dificuldade respiratória (10%); cefaleia (20%); dores musculares (21%; fraqueza generalizada (14%).
Caraterização do novo vírus covid-19
Os coronavírus são uma família de vírus de RNA que geralmente provocam doença respiratória leve em humanos, semelhante a uma gripe comum. Porém, algumas estirpes podem apresentar-se como doença mais grave, como o síndrome respiratório do Médio Oriente (MERS) e o síndrome respiratório agudo severo (SARS-CoV-2).
Um novo coronavírus (COVID-19) foi identificado em Wuhan, China, em final de dezembro de 2019 e alastrou por outras regiões, acabando por contaminar todo o planeta e tendo originado a atual pandemia.
Diferença entre epidemia e pandemia
A palavra pandemia, deriva do grego “pandemias” (todos + demos=povo), para identificar uma epidemia de doença infeciosa que se espalha quase simultaneamente entre a população de uma vasta região geográfica como continentes ou mesmo pelo planeta.
Metodologia de atualização de dados
A atual situação epidémica é acompanhada diariamente pela OMS, ECDC, DGS e outras Entidades de Saúde Regionais que divulgam os principais indicadores relativos ao número de casos atingidos pela doença bem como o número de mortes diretamente atribuídos ao COVID-19. Não obstante estes números estarem a mudar a cada minuto que passa, o quadro abaixo reflete os últimos dados conhecidos, sendo nossa intenção mostrar uma panorâmica a nível global que ajude a uma tomada de consciência das pessoas, tão realista quanto nos é possível.
Situação Mundial da pandemia a 31 de Julho, segundo a OMS:
RECOMENDAÇÕES DA ECDC
Como se espalha o COVID-19?
As pessoas podem ser infetados pelo COVID-19 através de outras pessoas portadoras do vírus inalando pequenas gotículas infectadas ao tossirem ou espirrarem ou ao tocar superfícies contaminadas e em seguida tocarem o nariz, a boca ou os olhos.
Quais são os sintomas da doença?
A maioria das pessoas infetadas experimenta uma doença leve e recuperam naturalmente, mas para muitas outras pode ser mais grave. Os sintomas principais incluem uma combinação de:
– Febre
– Tosse
– Dificuldade para respirar
– Dor muscular
– Cansaço anormal
Surto de doença, O que precisa saber?
Se já esteve em áreas afetadas pelo COVID-19 com risco de exposição ou entrou em contacto com pessoa infetada com o COVID-19 e se, no espaço de 14 dias, desenvolve tosse, febre ou falta de ar:
– Fique em casa e não vá para o trabalho ou escola.
– Ligue de imediato para o número de saúde do país em que deseja obter informações; certifique-se de que menciona os sintomas, histórico de viagens e os contactos tidos.
– Não vá ao médico ou hospital. Lembre-se que pode infetar outras pessoas. Se precisar de entrar em contacto com seu médico ou visitar o serviço de emergência hospitalar, ligue com antecedência; indique sempre os seus sintomas, o histórico de viagens ou contactos.
Como pode proteger-se e aos outros da infeção
- Evite o contacto próximo com pessoas doentes, especialmente as que tossem ou espirram.
- Tussa e espirre no cotovelo ou num lenço de papel, NÃO na mão. Descarte o lenço usado imediatamente num contentor do lixo fechado e lave as mãos com água e sabão.
- Evite tocar nos olhos, nariz e boca antes de lavar as mãos.
- Lave regularmente as mãos com água e sabão, pelo menos durante 20 segundos ou use um desinfetante à base de álcool após tossir / espirrar, antes de comer e preparar alimentos, depois do uso do WC e após tocar superfícies em locais públicos
- Pratique o distanciamento social: mantenha-se pelo menos a 1 metro de distância dos outros, especialmente de quem estiver a tossir ou espirrar.
Linha de apoio em Portugal (SAÚDE 24) : (+351) 808 24 24 24