VÍRUS

Estudo descobre como novo coronavírus afeta a placenta

Uma equipa de investigadores da Universidade Estadual Paulista, no Brasil, acaba de descobrir um mecanismo que pode ser um dos responsáveis pela interação entre a COVID-19 na mãe e o seu bebé.

Estudo descobre como novo coronavírus afeta a placenta

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A cientista Flávia Constantino e os seus colegas identificaram dois genes altamente expressos na placenta humana que codificam proteínas que poderiam servir como uma espécie de “porta alternativa” para a entrada do novo coronavírus (SARS-CoV-2) nas células: a dipeptidil peptidase 4 (DPP4) e a catepsina L (CTSL).

As células da placenta expressam, durante toda a gestação, quantidades muito pequenas das duas moléculas usadas pelo SARS-CoV-2 para infetar células humanas: a enzima conversora da angiotensina 2 (ACE2) e a serino-protease transmembranar 2 (TMPRSS2). Mas essas quantidades disparam quando a mãe está infetada com o vírus que causa a COVID-19.

As análises e simulações revelaram que as células trofoblásticas que compõem as vilosidades coriónicas da placenta - parte fetal do órgão - coexpressam altas quantidades de DPP4 e de CSTL durante toda a gestação.

O estudo revelou ainda que, ao longo da gravidez, há uma grande alteração na expressão dos genes DAAM1 e PAICS (enquanto o primeiro aumenta, o segundo diminui com o passar dos trimestres). Ambos codificam proteínas que, segundo as simulações computacionais, são capazes de interagir com proteínas de coronavírus.

Na avaliação dos autores, o artigo recém-divulgado apresenta as primeiras evidências da existência de um mecanismo alternativo de infeção das células placentárias pelo SARS-CoV-2, que precisará de ser confirmado e melhor compreendido em estudos futuros. Uma das ideias do grupo é analisar a expressão génica na placenta de gestantes que contraíram a COVID-19.

Ainda não há relatos de bebés nascidos com sequelas decorrentes da infeção materna. Contudo, estudos já mostraram que o vírus pode causar alterações vasculares na placenta que, em teoria, poderiam prejudicar o aporte de oxigénio e nutrientes para o feto.


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