Num estudo de coorte prospetivo, cientistas da Harvard e da Tongji Medical College na China analisaram dados de 93 775 mulheres, seguidas no período de 1991 a 2013 como parte do Nurses Health Study II.

As participantes descreveram a história dos seus ciclos menstruais para o estudo, relatando a duração e a regularidade dos mesmos nas idades de 14 a 17, 18 a 22 e 28 a 48. As mulheres não tinham histórico de cancro, diabetes ou doença cardiovascular no momento da inscrição.

Os investigadores usaram métodos estatísticos para determinar associações entre as características do ciclo e a mortalidade, respondendo por fatores de confusão relevantes, incluindo IMC, raça/etnia, atividade física e fatores de estilo de vida.

Durante 1 729,410 pessoas/ano de acompanhamento, foram registradas 1 679 mortes, incluindo 828 por cancro e 166 por doença cardiovascular.

Mulheres cujos ciclos menstruais sempre foram irregulares entre as idades de 14 e 17 e 18 a 22 anos tiveram 21 e 34 por cento, respetivamente, maior probabilidade de morrer por qualquer causa do que mulheres que relatam ciclos menstruais muito regulares nas mesmas faixas etárias.

Uma associação semelhante foi observada em mulheres com ciclos menstruais irregulares dos 28 aos 48 anos.

As mulheres que relataram ciclos de 32 a 39 dias, ou mais de 40 dias, também apresentavam maior risco de morte durante o acompanhamento do que as mulheres cujos ciclos usuais duravam entre 26 e 31 dias.

O ciclo menstrual irregular pode ser uma evidência de uma condição de saúde subjacente. Mas essas pistas são sutis e não podem, por si só, levar a muita preocupação. Pacientes que sofrem de irregularidade menstrual devem ser aconselhadas a manter um estilo de vida saudável e estar atentas às mudanças na saúde, afirmaram os autores do estudo.