NEUROCIRURGIA

Técnica de termoablação trata criança com epilepsia refratária

Uma criança de dois anos com epilepsia refratária foi submetida com sucesso a uma cirurgia inovadora, através de laser, realizada pela primeira vez em Portugal no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

Técnica de termoablação trata criança com epilepsia refratária

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A criança, com um hamartoma (malformação não relacionada com cancro) hipotalâmico e epilepsia refratária, foi operada e teve alta dois dias depois, um dia antes do previsto, disse à agência Lusa Alexandre Campos, o neurocirurgião que realizou a “termoablação por laser”, uma técnica que permite destruir tecidos doentes no cérebro de forma minimamente invasiva, com taxas de complicações menores e internamentos mais curtos.
 
No dia seguinte à cirurgia, “a criança parecia que não tinha sido operada. Em termos de vitalidade, estava ótima e sem crises”, contou o especialista.
 
“Se há complicações nós vemos logo, mas o resultado final, se fica sem crises, tem de se ver ao fim de um, dois, três ou mais anos”, disse, sublinhando que a criança pode nunca mais voltar a ter epilepsia.
 
Recordando o caso, o neurocirurgião contou que a criança tinha uma lesão malformativa localizada numa zona muito profunda do cérebro junto ao hipotálamo, que é um centro regulador de uma série de funções importantes no cérebro.
 
“Quando estas malformações aparecem podem provocar várias coisas, como uma puberdade precoce”, que se consegue controlar com medicação hormonal, ou uma epilepsia refratária, resistente aos medicamentos.
 
“Os medicamentos podem ir atenuando as crises, mas a criança continua a tê-las e se continuarem ao longo da vida vai ser prejudicial para o cérebro, porque não vai conseguir desenvolver-se corretamente porque está constantemente com aquelas descargas”, explicou.
 
Alexandre Campos adiantou que este tipo de epilepsia é muito característico porque provoca “um riso descontextualizado e desadequado”.
 
Ao perceberem que a criança tinha “uma epilepsia fármaco-resistente” e que estava com um aumento das crises, com cinco a dez por dia, os médicos decidiram usar esta técnica que foi introduzida na Europa em março de 2018, existindo atualmente 17 centros na Europa a realizar esta técnica.

Fonte: Lusa

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