IA vai permitir desenvolver medicina feita à medida do doente
O 25.º Congresso Nacional de Medicina Interna acolheu, na passada sexta-feira, 24 de maio, uma conferência sobre os progressos da inteligência artificial e o seu impacto na Medicina. Ministrada pelo físico Armando Vieira, esta iniciativa reuniu vários especialistas com o objetivo de promover o debate sobre as principais vantagens e desafios desta área.
DOENÇAS E TRATAMENTOS
INFECÇÕES URINÁRIAS
As infeções do aparelho urinário são um dos principais motivos de consulta na prática médica. Como em qualquer doença, uma boa prevenção pode transformar estas infeções num problema do passado. LER MAIS
“A importância da inteligência artificial na Medicina é enorme e crescente. Hoje em dia, a quantidade de informação necessária para uma boa decisão médica é muito elevada, sobretudo em situações raras. Contudo, já existem algoritmos capazes de ler texto e de interpretar grandes quantidades de publicações científicas, assim como de gerar possibilidades de diagnóstico e de tratamento”, afirma Armando Vieira.
“Isto vai permitir desenvolver uma Medicina em que os tratamentos sejam feitos à medida de cada doente, em função do seu historial, da sua genética e de todas as componentes que o tornam único”, afirmou o especialista.
Durante a sua intervenção, o conferencista abordou a história da inteligência artificial e os seus progressos nos últimos dez anos, dando particular destaque ao processamento de imagem, área em que a evolução tem sido mais notável. Segundo o orador, a descoberta de novos medicamentos é outra das mais-valias da inteligência artificial na Medicina, com grande potencial de transformação.
“A tecnologia vai permitir, também, automatizar certas tarefas dos profissionais de saúde e aliviar a carga burocrática de outras, como é o caso dos registos médicos eletrónicos, o que pode vir a trazer grandes benefícios para o sistema de saúde público”, indicou.
No segundo dia de congresso, decorreram ainda sessões sobre a diabetes tipo 2, as fragilidades na terceira idade, o fígado gordo, o cancro raro, entre outros. No final do dia, realizaram-se também as reuniões dos 20 núcleos de estudos da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), que organizou o evento.