Agrotóxicos associados a puberdade precoce e malformação congénita
Estudos realizados no estado do Ceará, no Brasil, mostraram que a exposição a agrotóxicos pode promover a ocorrência de puberdade precoce, nomeadamente telarca precoce, a primeira fase de desenvolvimento das mamas, e malformação congénita.
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Mulheres grávidas e crianças de uma comunidade que vive numa região rural daquele estado onde aviões e tratores pulverizam agrotóxicos em plantações de banana, melão e outras frutas para exportação registaram aqueles problemas de saúde.
Além de crianças do sexo feminino com puberdade precoce, a mesma comunidade registou ainda oito fetos com malformação congénita, casos que foram relacionados com a alta exposição dessas famílias a agrotóxicos, como mostrou um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará.
A relação foi feita após testes identificarem ingredientes ativos para agrotóxicos no sangue e na urina das crianças e familiares, assim como na água que chega às suas casas.
Durante o estudo, verificou-se que das 17 pessoas cujo sangue e urina foram testados, 11 deram resultado positivo para a presença de organoclorado, um tipo de inseticida cuja exposição contínua pode gerar graves problemas para a saúde humana.
Ao contrário da União Europeia (UE), que proibiu a pulverização de agrotóxicos com recurso a aviões em 2009, o Brasil continua a aplicar esses produtos por essa via.
"A importância daquele estudo foi mostrar como as pessoas no campo estão altamente expostas a essas substâncias", afirmou o biólogo e epidemiologista Fernando Ferreira Carneiro, que é investigador na Fiocruz - Fundação Oswaldo Cruz.
"A puberdade precoce já tinha sido associada à exposição a agrotóxicos em estudos já realizados a nível internacional, sempre em regiões de grande uso desses produtos", acrescentou ainda o investigador.