O Centro de Pesquisa em Alimentos do Brasil, que reúne pesquisadores de várias universidades de São Paulo, desenvolveu uma técnica que aumenta em 70 por cento o teor de resveratrol no sumo de uva.

O resveratrol, também presente no vinho, previne doenças coronárias, reduz níveis do colesterol mau (LDL), tem ação anti-inflamatória e fortalece o sistema muscular.

Em vez de um processamento industrial, a investigadora Laís Moro desenvolveu uma técnica para estimular a produção do resveratrol naturalmente nas plantas.

“Os resultados preliminares indicam que, com o tratamento, houve um aumento de 70 por cento desse composto no sumo, que se manteve mesmo após armazenamento de seis meses”, afirmou.

Os testes foram realizados no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais com duas variedades de uva, totalizando 240 litros por região, sendo que parte das videiras era tratada e a outra não.

Além do resveratrol, os pesquisadores observaram um aumento significativo de outras substâncias, como antocianinas e flavonoides, também aliadas na promoção da saúde.

Segundo a investigadora, o próximo passo será avaliar se os resultados se reproduzem num segundo ano de estudo, para comprovar o potencial do tratamento.

O processo de fabrico de vinho, que envolve fermentação, favorece a extração de resveratrol e de outros compostos bioativos da uva, mas nem todos podem consumi-lo.

“O novo sumo é direcionado a crianças, idosos e pessoas que não podem ou não gostam de consumir vinho. Seria uma alternativa que une o prazer do sabor aos componentes terapêuticos”, conclui a cientista.