SÍNDROME DO PAVIO CURTO: TEMPERAMENTOS EXPLOSIVOS

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  Tupam Editores

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O sinal da internet falha e, num acesso de fúria, a pessoa arremessa o computador contra a parede. Uma fila de trânsito depois de um dia de trabalho resulta em agressões verbal e física, ou, ao receber uma notícia desagradável, bate com o carro propositadamente, tamanha a raiva.

Situações deste tipo podem caracterizar o Transtorno Explosivo Intermitente (TEI), popularmente conhecido como Síndrome do Pavio Curto, um problema que pode ter consequências para a vida social do indivíduo, e até dar origem a problemas com a justiça.

O TEI é uma desordem crónica, geralmente iniciada na infância, que pode durar anos, embora a severidade dos ataques explosivos possa decrescer com a idade. O transtorno pode começar por volta dos 6 anos de idade ou durante a adolescência e é mais comum em adultos jovens do que em adultos mais velhos.

Quando surge na infância costuma ser confundido com o desenvolvimento natural da criança e passa desapercebido. No início da idade adulta, porém, já chama mais atenção. Teoricamente, o adolescente já teria de ter mais maturidade para lidar com a agressividade, mas nas pessoas com TEI isso não acontece.

Por volta dos 30 anos é que o transtorno se evidencia. Considera-se que seja devido aos vários gatilhos de stress que a pessoa sofre, já que existe uma maior pressão para que esta se posicione em termos profissionais. Por sua vez, aos 50 anos, a tendência é para que o transtorno se amenize em função da maturidade. Além de a pessoa já ter passado por uma série de problemas e dificuldades, começa a encontrar maneiras para evitar isso.

São os homens que têm mais risco de sofrer do transtorno. Estima-se que, a cada mulher que sofre com TEI, há dois homens com o transtorno.

A pessoa com a desordem tem uma incapacidade para administrar as próprias emoções e possui poucos recursos para lidar com a rejeição e as frustrações da vida. Depois de um ataque de ira, tentam justificar a explosão atribuindo a culpa a terceiros ou a situações que consideram causadoras de stress. São comuns no seu discurso frases como: “Ele(a) provocou-me”, “Fui injustiçado, tive que reagir”, entre outras.

O comportamento agressivo não é premeditado, mas consequência de um impulso em que o indivíduo age por pura falta de controle sobre a raiva. A agressividade é completamente desproporcional a quaisquer stressores que possam ter dado início aos episódios, podendo ser descritos como surtos ou ataques que surgem em minutos ou horas e, independentemente da duração, entram em remissão de forma espontânea e rápida.

Após o episódio, em geral, a pessoa demonstra tristeza, arrependimento genuíno, sentimento de inadequação, vergonha e culpa. Passado o momento da raiva, sente-se aliviada, “cai em si” e começa a racionalizar a incoerência das suas atitudes e comportamentos, no entanto, os efeitos permanecem e afetam os seus relacionamentos afetivos e sociais, pois normalmente as pessoas que com ele convivem tendem a evitá-lo ou mesmo a afastar-se por este ser desencadeador de tensões interpessoais por questões insignificantes.

As causas para o TEI são multifatoriais, ou seja, fatores genéticos, neuroquímicos (baixos níveis de serotonina no cérebro) e comportamentais são os fatores causais do transtorno. A maioria das pessoas com o transtorno cresceu em famílias em que o comportamento explosivo e o abuso verbal e físico eram comuns. Estar exposto a esse tipo de violência numa idade precoce torna mais provável que essas crianças apresentem os mesmos traços à medida que amadurecem.

Pode haver ainda uma componente genética, fazendo com que uma predisposição para o distúrbio seja transmitida de pais para filhos.

Para diagnosticar o transtorno com precisão não se pode analisar apenas um sintoma (explosões de raiva), devendo ser levados em consideração outros fatores. O diagnóstico é feito por exclusão de outras doenças e transtornos, lesão cerebral, levar em conta a frequência dos episódios de fúria, com pelo menos dois ou três ataques por semana, por um período mínimo de três meses ininterruptos, tendo como característica comportamental a reação desproporcional e intensa a problemas que poderiam ser resolvidos com sobriedade e assertividade.

Diagnosticado o transtorno, o tratamento envolve medicação e psicoterapia. A medicação pode aumentar o limiar em que as situações desencadeiam reações explosivas nas pessoas com TEI. Em geral, a prescrição envolve algum tipo de antidepressivo, antipsicótico, anticonvulsivante, ansiolítico ou estabilizador de humor, conforme as características de cada indivíduo.

A psicoterapia cognitivo comportamental é a terapêutica mais indicada para o TEI, pois é estruturada e orientada para objetivos. Na psicoterapia utiliza-se principalmente o treino de habilidades sociais, técnicas de respiração e relaxamento.

Acima de tudo, é imprescindível que o indivíduo compreenda porque reage daquela forma e aprenda a gerir as suas emoções de modo construtivo, aprenda a lidar com os imprevistos negativos, as frustrações, a raiva, os desapontamentos e deceções que fazem parte da vida de qualquer ser humano.

Conviver com o TEI é desconfortável e causa sofrimento em diversas esferas da vida da pessoa. Por essa razão, é essencial procurar ajuda profissional e iniciar um tratamento… quanto mais cedo melhor.

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