Uma revisão de cerca de 3.000 estudos implicou essas partículas numa variedade de problemas de saúde sérios como, por exemplo, infertilidade masculina e feminina, cancro do cólon e função pulmonar deficiente. Essas partículas ainda podem contribuir para a inflamação pulmonar crónica, o que pode aumentar o risco de cancro do pulmão.

Os microplásticos têm menos de 5 milímetros – são menores que um grão de arroz – e são onipresentes no meio ambiente. A cada ano, empresas em todo o mundo produzem quase 460 milhões de toneladas métricas de plástico, estimando-se que chegue a 1,1 bilhão até 2050.

De acordo com Tracey J. Woodruff, autora sénior do estudo, esses microplásticos são basicamente poluição do ar originada por material particulado. Uma das principais fontes de plástico no ar é a condução. O atrito desgasta os pneus juntamente com a superfície da estrada, enviando fragmentos de plástico para o ar.

Apesar de a maioria dos estudos na revisão se ter baseado em animais, os especialistas referiram que as conclusões provavelmente também se aplicam aos humanos, pois estes partilham muitas das exposições.

O estudo, publicado no jornal Environmental Science & Technology, expande um relatório no qual os investigadores trabalharam anteriormente com o California State Policy Evidence Consortium (CalSPEC).
Segundo a equipa, tanto as agências reguladoras como os políticos devem ter em consideração as crescentes evidências dos danos à saúde originados pelos microplásticos, que incluem cancro do pulmão e do cólon, e que sejam tomadas medidas imediatas para evitar mais exposições.