A investigação, publicada no JAMA Network Open, acompanhou pacientes hospitalizados devido a fratura de quadril, em Victoria, de março de 2013 a junho de 2018, que utilizavam gabapentinoides antes da lesão. Estes medicamentos são considerados uma alternativa mais segura aos opioides para o tratamento da dor neuropática.

A análise dos dados de 28.293 pacientes que sofreram fraturas de quadril num período de cinco anos revelou que os pacientes tinham 30% mais probabilidades de sofrer uma fratura de quadril no prazo de dois meses após receberem um medicamento gabapentinoide.

Segundo o Professor Simon Bell, coautor do estudo, a ligação entre gabapentinoides e fraturas de quadril existia em diferentes faixas etárias, mas as probabilidades de fratura de quadril eram maiores entre pacientes com fragilidade ou que sofriam de doença renal crónica, logo, deve ter-se isso em consideração quando se pensar prescrever gabapentinoides. Quanto à descontinuação do tratamento, os pacientes não o deverão fazer sem consultar o seu médico ou farmacêutico.

Este estudo destaca a necessidade de cautela entes de prescrever gabapentinoides, especialmente a pessoas propensas a quedas e fraturas, devendo ser avaliado o risco de cada paciente antes de o fazer.

Este foi o primeiro estudo a observar especificamente uma probabilidade maior de fraturas de quadril em pacientes com fragilidade que receberam gabapentinoides em comparação com pacientes que não são frágeis.
Entretanto, são necessários mais estudos para investigar o risco de fratura de quadril com diferentes dosagens de gabapentinoides e com diferentes graus de comprometimento renal.