A psilocibina é um composto psicadélico encontrado em cogumelos mágicos que se revelou promissor como novo tratamento para a depressão, contudo, os mecanismos de processamento de informações afetados pela substância não estão bem compreendidos.

Para o estudo, publicado na revista Translational Psychiatry, uma equipa interdisciplinar da Universidade Monash utilizou modelos de computação para demonstrar que os ratinhos que receberam a psilocibina têm um comportamento otimista duradouro e aumentado para realizar tarefas baseadas em recompensa.

As descobertas sugerem que a psilocibina pode ser útil para tratar os principais sintomas da depressão grave e outras condições caracterizadas por reduzido envolvimento social e afastamento.

Segundo o professor Jakob Hohwy, um dos investigadores envolvidos no estudo, os resultados representam um passo promissor para explicar os mecanismos de como os psicadélicos funcionam para mudar o cérebro e aumentar o envolvimento após o tratamento.

A equipa descobriu que os animais que receberam a psilocibina estavam mais motivados para explorar o seu ambiente e para realizar tarefas baseadas em recompensa. Os resultados mostram os mecanismos de como a psilocibina pode atuar para aumentar o otimismo num modelo animal – e espera-se que também possa ser traduzido para os humanos.

Para Elizabeth Fisher, líder do estudo, as perceções sobre os mecanismos da psilocibina permitem desvendar quem pode obter benefícios com as terapias psicadélicas, assim como identificar aqueles que não beneficiariam com esses tratamentos.

Devido ao elevado número de pessoas com depressão em todo o mundo, o objetivo final é descobrir como a psilocibina pode ser utilizada para tratar os principais sintomas que os doentes experimentam, como otimismo diminuído, apatia e o afastamento do mundo que os rodeia.