DIABETES

Medicamento para psoríase promissor para tratar diabetes infantil

Um medicamento atualmente utilizado para o tratamento da psoríase foi considerado eficaz no tratamento dos estágios iniciais da diabetes tipo 1 (DT1) em crianças e adolescentes, apurou um novo ensaio clínico liderado pela Universidade de Cardiff.

Medicamento para psoríase promissor para tratar diabetes infantil

DOENÇAS E TRATAMENTOS

A DIABETES, FANTASMA DA SOCIEDADE OCIDENTAL


O estudo, publicado recentemente na revista Nature Medicine, mostrou que o Ustecinumab é eficaz na preservação da capacidade do corpo para produzir insulina na DT1, o que faz com que o objetivo de controlar a doença sem insulina esteja mais perto.

Foram descobertas novas vias para identificar as células imunológicas específicas (células Th17) que causam a DT1 e estabeleceu-se ainda mais um papel para imunoterapias na contenção da destruição de células produtoras de insulina.

O ensaio clínico testou o tratamento da psoríase em 72 adolescentes com idades compreendidas entre 12 e 18 anos com DT1 de início recente. A doença ocorre quando o sistema imunológico do corpo ataca e destrói as células do corpo que produzem insulina, o que, eventualmente, deixa a pessoa dependente de injeções da hormona.
Agora os investigadores estão a desenvolver maneiras de retardar ou interromper o ataque do sistema imunológico. Se esses tratamentos puderem ser iniciados precocemente, antes que todas as células produtoras de insulina se percam, isso pode prevenir ou reduzir a necessidade de insulina.

O Ustecinumab é um tratamento injetável que os pacientes podem administrar em casa, utilizado eficazmente no tratamento de mais de 100.000 pacientes com condições imunológicas, como psoríase grave, artrite psoriática, doença de Crohn grave e colite ulcerativa grave.

Este estudo demonstrou que o Ustecinumab também pode preservar células vitais produtoras de insulina. Os especialistas conseguiram identificar ainda as células imunológicas específicas que causam essa destruição, permitindo terapias precisas e direcionadas para maximizar os benefícios e minimizar os efeitos colaterais.

Descobriu-se que a substância reduz o nível de um pequeno grupo de células imunes no sangue, chamadas células Th17.1. Essas células constituem apenas 1 em 1.000 células imunes do sangue, mas parecem desempenhar um papel importante na destruição de células produtoras de insulina.
Isso explica porque o Ustecinumab tem tão poucos efeitos colaterais – tem como alvo as células problemáticas, deixando 99% do sistema imunológico intacto.

O tratamento foi testado em crianças e adolescentes que já precisavam de tratamento com insulina. O uso da substância demonstrou diminuir o impacto destrutivo das células imunes Th17 nas células que produzem insulina. Após 12 meses de utilização, os especialistas descobriram que os níveis de peptídeo C – um sinal de que o corpo está a produzir insulina – estavam 49% maiores. Este ensaio clínico também fornece a primeira evidência baseada em ensaio clínico para o papel das células Th17 na DT1.

Embora este ensaio clínico tenha demonstrado o benefício do Ustecinumab no tratamento da DT1, os investigadores consideram que outros estudos são necessários para confirmar a descoberta e identificar quais os pacientes que mais beneficiariam com o tratamento.

Fonte: Tupam Editores

OUTRAS NOTÍCIAS RELACIONADAS


ÚLTIMAS NOTÍCIAS