Medicamento pode prolongar fertilidade das mulheres em cinco anos
Os primeiros resultados de um estudo levado a cabo pela Vibrant dão conta de que o medicamento rapamicina pode prolongar a fertilidade das mulheres em cinco anos e que, além de as ajudar a viver mais tempo e com mais saúde, também é seguro para uma população jovem e saudável.
O estudo, denominado “Validating Benefits of Rapamycin for Reproductive Aging Treatment”, tinha como objetivo avaliar se o medicamento poderia retardar o envelhecimento dos ovários, o que atrasaria a menopausa, prolongaria a fertilidade e reduziria o risco de doenças relacionadas com a idade.
A investigação, que eventualmente incluirá mais de 1.000 mulheres, conta atualmente com 34 participantes com idades até aos 35 anos, mas todos os dias o número de aderentes aumenta.
O envelhecimento dos ovários é o motor fundamental do envelhecimento das mulheres. A Terapia de Reposição Hormonal é como um “penso” para o envelhecimento que já ocorreu. No entanto, de acordo com Yousin Suh, um dos líderes do trabalho, se as mulheres tomarem rapamicina na faixa dos 30 anos, quando os seus ovários começam a diminuir mas ainda não há sintomas, seria possível retardar todo o processo de envelhecimento.
Os ovários libertam óvulos continuamente: as mulheres perdem cerca de 50 por mês, e apenas um atinge a ovulação. Uma pequena dose semanal de rapamicina desacelera os ovários, de modo que eles libertam apenas 15 óvulos por mês.
Os primeiros resultados sugerem que é realista esperar que o medicamento consiga diminuir o envelhecimento dos ovários em 20% sem que as mulheres experimentem qualquer um dos 44 efeitos secundários que a rapamicina pode apresentar, que vão desde náuseas ligeiras e dores de cabeça até tensão arterial elevada e infeções.
Aliás, os participantes do estudo randomizado e controlado por placebo relataram melhorias na saúde, na memória, nos níveis de energia e na qualidade da pele e do cabelo – melhorias na saúde consistentes com outros estudos sobre esta substância que sugeriram que a medicação pode aumentar a expetativa de vida em 9-14%, ao mesmo tempo que revitaliza o sistema imunológico e os órgãos que se deterioram na velhice.
Os resultados são muito animadores, principalmente para as pessoas com problemas de fertilidade relacionados com a idade, que agora têm uma esperança que antes não tinham.
A Vibrant espera apresentar novos resultados do estudo daqui a dois anos. A visão dos especialistas é que as mulheres na faixa dos 30 ou mais anos possam fazer uma simples visita ao médico de família se quiserem ter mais liberdade para decidir quando terão filhos.