Sabe-se que as pessoas que estão constantemente expostas ao benzeno, ao TCE ou tricloroetileno e ao formaldeído têm maior probabilidade de envelhecer e adoecer precoce e rapidamente. Assim, os sapateiros, os trabalhadores da construção civil, de tinturarias, os fabricantes de detergentes, borrachas ou impressoras, os técnicos de laboratório e os trabalhadores de postos de gasolina devem seguir um estilo de vida saudável para neutralizar os efeitos dessa exposição.

Mas, além destes profissionais, todos temos contacto com essas toxinas, embora em quantidades menores. Por exemplo, o benzeno está presente em artigos feitos com derivados de petróleo como plásticos, resinas, náilon e fibras sintéticas, borracha, detergentes, corantes, lubrificantes, colas, ceras para móveis, pesticidas, solventes e tintas. Existem inclusive medicamentos com a substância na sua composição, como os que contêm peróxido de benzoílo ou BPO, presente em medicamentos para tratar a acne.

Esta substância, também classificada como cancerígena, consegue envelhecer reduzindo a expressão do gene P53, que é supressor de tumores e intervém nos processos que impedem o envelhecimento precoce. Ao ser silenciado, este gene deixa de proteger como deveria.

A exposição a produtos químicos como o TCE e o formaldeído também pode acelerar os processos biológicos associados ao envelhecimento.
O TCE ou tricloroetileno não é gerado naturalmente, mas apenas em síntese química na fabricação de produtos de lavagem a seco, lenços de limpeza, produtos de limpeza de carpetes e tecidos semelhantes, lubrificantes e muitos adesivos em spray.

Por sua vez, o formaldeído está incluído em amaciadores, vernizes, desinfetantes, móveis de melamina, adesivos, cosméticos e, no fumo do tabaco. Curiosamente, as nossas células produzem quantidades muito pequenas desta substância (também é gerada ao tomar o adoçante aspartame) e utilizam-na para regular alterações epigenéticas (mecanismos químicos que controlam a atividade dos genes).

Quando o formaldeído se acumula em excesso no organismo, pode anular as tentativas do corpo de impedir a expressão ou sobreexpressão de certos genes, incluindo aqueles envolvidos no envelhecimento acelerado.

Apesar de haver limites para o uso destas toxinas, também existem muitos produtos que os contêm, o que causa um efeito cumulativo. Até dentro das nossas casas podemos estar a respirar ar com as suas partículas em suspensão e, como se dissolvem bem em meio aquoso, como o corpo, acabam por afetar todas as células.

No entanto, é possível reduzir a quantidade de tóxicos em casa. Se tem o hábito de fumar em casa, deixe de o fazer. O fumo do tabaco contém benzeno, formaldeído e, em menor quantidade, TCE (presente nas folhas da planta que são tratadas com a substância).
Não use ambientadores com frequência e certifique-se de ventilar bem a casa todos os dias e de que não haja excesso de humidade (cerca de 50%).

Opte por recipientes de vidro e utensílios de cozinha feitos com madeira não tratada (não plástica ou resinas) e por móveis maciços em vez dos feitos com placas de melamina ou aglomerado.
Lave sempre as roupas novas antes de as usar para remover o formaldeído (principalmente as que não amarrotam). Use produtos de limpeza e cosméticos o mais naturais possível ou rotulados como “livres de solventes tóxicos” e armazene-os em locais bem ventilados.

Felizmente, a dieta mediterrânica também ajuda. Ao que parece, quem come mais peixe do que carne, evita ou reduz o álcool e dá prioridade às frutas e vegetais consegue obter maior proteção contra este tipo de toxinas.