Uma mensagem de texto pode ser o segredo para a felicidade diária
A felicidade é uma meta importante em todas as culturas. De acordo com um estudo levado a cabo por investigadores da Universidade de Reading, em Berkshire, enviar uma simples mensagem para um amigo pode fazer mais pela felicidade das pessoas do que presentear-se com algo bonito.
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O estudo, publicado recentemente na revista Current Psychology, analisou cerca de 1.000 participantes na China continental (N = 721) e em países ocidentais, como o Reino Unido, EUA e Canadá (N = 349) e descobriu que pequenos gestos sociais tiveram um impacto positivo mais forte no bem-estar dos indivíduos do que os impulsionadores de felicidade tradicionalmente assumidos, como gastar dinheiro consigo mesmo ou alcançar grandes sucessos, como uma promoção.
A maioria das pessoas não conseguiu identificar essas conexões sociais simples como formas de aumentar a sua felicidade, considerando atividades solitárias ou excessivamente ambiciosas como a chave para o bem-estar positivo. Segundo a Dra Julia Vogt, líder do estudo, podem estar a negligenciar oportunidades simples e quotidianas de melhorar o humor.
A verdade é que a maior parte das pessoas acha que a felicidade requer grandes mudanças ou compras, mas a investigação mostrou que geralmente é muito mais simples. Algo tão básico quanto enviar uma mensagem de texto para saber como está um amigo pode ter um impacto notavelmente positivo no nosso bem-estar. Esse padrão encontra-se em várias culturas, o que sugere que a conexão humana, mesmo na sua forma mais simples, é um caminho universal para a felicidade.
Os resultados mostraram que os participantes chineses eram mais flexíveis nas suas abordagens para a felicidade, tendo relatado uma variedade maior de atividades realizáveis que os poderiam fazer felizes. No entanto, tanto os participantes chineses quanto os ocidentais beneficiariam igualmente do envolvimento social, o que vem desafiar suposições anteriores sobre as principais diferenças culturais nas abordagens para a felicidade.
As formas de gerir a felicidade durante os períodos de confinamento da Covid-19 também foram analisadas no estudo, que revelou que as pessoas que adaptaram as suas conexões sociais – trocando as reuniões presenciais por chamadas online ou por mensagens de texto, por exemplo – mantiveram melhor o seu bem-estar mental do que aquelas que não conseguiram fazer ajustes nas abordagens.
Esta investigação teve por base um estudo anterior da Dra. Julia Vogt, publicado em 2020, que descobriu que dar muito valor à sensação de felicidade tem o efeito de reduzir a capacidade de aproveitar as experiências. As descobertas mostraram que essa redução no desfrutar das experiências positivas estava ligada a sintomas depressivos.