Estudo revela que a criatividade começa no berço
Bebés com menos de 1 ano conseguem combinar conceitos simples em ideias complexas, o que revela que a criatividade começa na infância. De acordo com uma nova investigação da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, e da Universidade Central Europeia (CEU), na Áustria, os bebés não só são capazes de ter pensamento criativo muito antes de começarem a falar, como este tipo de pensamento pode ser essencial para a aquisição da linguagem.
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No estudo, publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences, o objetivo dos investigadores era explorar as origens da criatividade humana e do pensamento produtivo para tentar descobrir como as pessoas chegam a pensamentos e ideias completamente novos.
O mecanismo base para o fazer era pegar em conceitos familiares e combiná-los em novas estruturas, no entanto, pouco se sabe sobre quão cedo essas habilidades podem ser usadas.
A equipa descobriu que os bebés eram capazes de aprender rapidamente novas palavras que descrevem pequenas quantidades e combiná-las espontaneamente com palavras familiares para compreender completamente uma frase.
Para o estudo, os investigadores trabalharam com uma coorte de 60 bebés, todos com idade aproximada de 12 meses. A equipa começou por ensinar aos bebés duas novas palavras que descreviam a quantidade: “mize”, que significava “um”, e “padu”, que significava “dois”.
Posteriormente pediu-se aos bebés que combinassem essas novas palavras numéricas com diferentes nomes de objetos, por exemplo, para identificar “patos padu” entre uma escolha de imagens.
Ensinar novas palavras para representar quantidades abriu a possibilidade de testar a capacidade dos bebés para combinarem conceitos em tempo real, em vez de simplesmente recordarem combinações de palavras que já conheciam de experiências anteriores.
Utilizando a tecnologia de rastreamento ocular para monitorizar para onde as crianças olhavam, os especialistas conseguiram mostrar que os bebés conseguiam combinar com sucesso os dois conceitos para entender o que lhes era perguntado.
Segundo Agnes Kovacs, do CEU, no caso dos bebés, essa capacidade de combinar diferentes conceitos provavelmente ajudará não só a interpretar a complexa aquisição de linguagem, mas também a aprender sobre diferentes aspetos do mundo físico e social. Para os adultos, é uma habilidade que ajuda a superar tudo o que já foi pensado, abrindo a mente para infinitas possibilidades.
Para a Dra. Barbara Pomiechowska, investigadora principal do estudo, a criatividade humana não tem fronteiras, no entanto, ainda não se sabe quando e como esta impressionante capacidade de combinar ideias e inventar novas coisas emerge. A investigação mostra que se deve voltar ao início da aquisição da linguagem para tentar resolver esse quebra-cabeças.