OBESIDADE

Perda dentária associada a aumento do risco de obesidade

Uma análise dos registos médicos de 1.765 idosos realizada por investigadores da Rutgers Health revelou que os pacientes com pelo menos 21 dentes tinham maior probabilidade de manter um peso corporal saudável do que os pacientes com menos dentes.

Perda dentária associada a aumento do risco de obesidade

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Cada dente perdido adicional estava associado a um aumento de 2% na probabilidade de desenvolver obesidade, e cada par perdido de molares opostos estava associado a um aumento de 7% na probabilidade de uma pessoa se tornar obesa.

Segundo Rena Zelig, principal autora do estudo, isto acontece pois muitos alimentos saudáveis, especialmente frutas e vegetais crus, são difíceis de comer na falta de uma dentição funcional. Quando as pessoas, especialmente os idosos, perdem dentes e ficam com dificuldade em mastigar, começam a ingerir alimentos mais fáceis de comer, mas menos saudáveis, como puré de batata, biscoitos ou donuts. Este tipo de alimentos geralmente tem mais gordura e açúcar, levando ao aumento de peso.

Durante o estudo, publicado na revista Gerontology, a equipa analisou dados de 1.765 adultos com idades entre os 65 e os 89 anos que foram submetidos a tratamento na Escola de Medicina Dentária Rutgers entre 2016 e 2022. Para analisar a relação entre o número de dentes e o índice de massa corporal (IMC), os especialistas utilizaram métodos estatísticos ajustados para outros fatores que poderiam afetar o IMC, como idade, sexo e condições de saúde existentes.

Importa referir que quase 73% dos participantes estavam com excesso de peso ou eram obesos. O número médio de dentes restantes era 20 – o que está logo abaixo do limite dos 21 dentes necessários para uma mastigação funcional, embora 45% dos participantes tivessem pelo menos 21 dentes.

Ao contrário dos dentes posteriores, que são mais importantes para a mastigação, os dentes anteriores são geralmente usados para morder os alimentos e não parecem afetar o peso tão significativamente quanto os dentes posteriores. Os investigadores verificaram que não houve uma conexão significativa entre o número de pares de dentes anteriores, que normalmente se perdem após os dentes posteriores, e o IMC.

Os resultados estão em consonância com estudos anteriores que haviam sugerido que a má saúde dentária está ligada a problemas de peso. No entanto, este estudo destaca exclusivamente o importante papel dos dentes posteriores na manutenção de um peso saudável.

Ainda que haja tendência para as separar, a saúde bucal afeta profundamente a saúde geral. A má saúde dentária tem ainda sido associada a outros problemas de saúde, incluindo cancro oral e outros cancros, assim como a doenças cardiovasculares e diabetes.

Fonte: Tupam Editores

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