Fármacos populares para diabetes podem reduzir risco de demência
As pessoas com diabetes tipo 2 (DT2) têm um risco maior de desenvolver demência mas, de acordo com um estudo realizado no Instituto Karolinska, na Suécia, os doentes que são tratados com agonistas dos receptores de GLP-1 têm um risco menor de desenvolver a doença.
Medicamentos conhecidos como agonistas de GLP-1 ou análogos de GLP-1 são cada vez mais populares no tratamento da DT2 e da obesidade, pois ajudam a controlar o açúcar no sangue, promovem a perda de peso e protegem o coração.
No novo estudo, publicado no periódico eClinicalMedicine, os investigadores acompanharam 88.381 indivíduos mais velhos com DT2 durante um período de até dez anos. O objetivo era analisar a associação entre três medicamentos para a diabetes – os agonistas de GLP-1, os inibidores de DPP-4 ou as sulfonilureias –, e o risco de demência.
Do total de participantes, 12.351 receberam prescrição para agonistas de GLP-1; 43.850 para inibidores de DPP-4; e 32.216 para sulfonilureias na linha de base, tendo sido acompanhados durante uma média de 4,3 anos.
Os especialistas verificaram que, durante o acompanhamento, 4.607 pessoas desenvolveram demência: 278 casos entre os quer tomaram iniciadores de agonistas de GLP-1; 1.849 casos entre os iniciadores de inibidores de DPP-4 e 2.480 casos entre os iniciadores de sulfonilureia.
Numa análise por intenção de tratar, o início da toma de agonistas de GLP-1 foi associada a um risco reduzido de demência em comparação com a toma de sulfonilureias e dos inibidores de DPP-4, após ajuste para idade, ano de inscrição, sexo, fatores socioeconómicos, condições de saúde e usos anteriores de medicamentos.
Os especialistas descobriram que os pacientes que tomaram os agonistas de GLP-1 tiveram um risco 30% menor de desenvolver demência em comparação com aqueles que tomaram as sulfonilureias e um risco 23% menor em comparação com os que tomaram os inibidores de DPP-4.
Os resultados são importantes na medida em que podem ajudar os médicos a tomar decisões mais acertadas sobre que medicamentos utilizar em pacientes mais velhos com DT2. No entanto, continuam a ser necessários ensaios randomizados adequados para estabelecer com certeza que os agonistas de GLP-1 reduzem o risco de demência.