DEPRESSÃO

Sintomas depressivos podem acelerar declínio cognitivo em idosos

Os sintomas depressivos estão ligados ao subsequente declínio da memória em pessoas mais velhas, mas uma memória mais fraca também está associada a um aumento dos sintomas depressivos mais tarde, apurou um estudo liderado por investigadores da UCL e da Escola de Medicina Brighton e Sussex.

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O objetivo da investigação, publicada na JAMA Network Open, era descobrir se existe uma associação bidirecional entre sintomas depressivos e função cognitiva em adultos ingleses com 50 anos ou mais.

Para este estudo de coorte, os investigadores analisaram dados do Estudo Longitudinal Inglês do Envelhecimento (ELSA). O estudo incluiu 8.268 adultos elegíveis (4.517 do sexo feminino), com uma idade média de 64 anos, com dados relevantes. Todos os participantes foram examinados a cada dois anos, de 2002 e 2003 até 2018 e 2019, tendo sido acompanhados por um período de até 16 anos.

Os especialistas chegaram à conclusão que as pessoas que começaram com sintomas depressivos mais elevados tinham maior propensão para experimentar um declínio mais rápido da memória mais tarde, enquanto aquelas que começaram com uma memória mais fraca tinham mais propensão para experimentar um aumento posterior nos sintomas depressivos.

Perante os resultados da análise, a equipa sugere que a depressão pode afetar a memória devido a alterações no cérebro, como desequilíbrios neuroquímicos (por exemplo, níveis mais baixos de serotonina e dopamina), alterações estruturais nas regiões importantes ao processar memórias e perturbações na capacidade do cérebro para se reorganizar e formar novas ligações.
Além disso, referem, as deficiências de memória podem resultar de fatores psicológicos como o pensamento repetitivo ou a fixação em sentimentos negativos.

Por outro lado, pessoas com problemas de memória ou dificuldades em reter novas informações podem começar a sentir frustração, perda de confiança e sentimentos de incompetência – gatilhos comuns que desencadeiam episódios depressivos.
É ainda possível que a perturbação da memória atrapalhe o funcionamento diário e as interações sociais, levando ao isolamento social e podendo desencadear sintomas depressivos.

De acordo com o autor principal, Jiamin Yin, intervenções para reduzir os sintomas depressivos podem ajudar a retardar o declínio da memória. As descobertas realçam a importância de se monitorizar as mudanças de memória em adultos mais velhos com sintomas depressivos crescentes de forma a identificar precocemente a perda de memória e prevenir o agravamento adicional da função depressiva.

Fonte: Tupam Editores

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