Amigdalectomia infantil não associada à obesidade na idade adulta
A amigdalectomia realizada em crianças com apneia obstrutiva do sono (AOS) não aumenta o risco de obesidade na idade adulta, apurou um estudo da Universidade Ben-Gurion do Negev (BGU) e do Centro Médico da Universidade Soroka, em Beersheba.
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A apneia obstrutiva do sono afeta 6% das crianças e está associada a dificuldades comportamentais e de aprendizagem significativas, o que torna o tratamento eficaz fundamental. A cirurgia das amígdalas é o tratamento primário para esta condição, no entanto, a literatura médica e as famílias afetadas levantaram preocupações sobre o aumento de peso pós-operatório e o risco de obesidade na idade adulta.
No estudo, publicado no American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, a equipa de especialistas investigou os efeitos da amigdalectomia infantil no peso corporal na idade adulta.
A análise concentrou-se em 132 crianças que foram submetidas a amigdalectomia para tratamento da AOS e comparou os seus resultados de saúde a longo prazo com 127 crianças que não realizaram a cirurgia.
Utilizando dados dos Serviços de Saúde Clalit e da Unidade de Distúrbios do Sono-Vigília do Centro Médico da Universidade Soroka desde 1998, a equipa acompanhou meticulosamente a saúde dos participantes até a idade adulta.
O trabalho permitiu estabelecer que este tipo de intervenção não predispõe os indivíduos à obesidade na idade adulta. Assim, os resultados apoiam o procedimento como um tratamento seguro e eficaz para a AOS pediátrica. As conclusões sublinham ainda a importância de abordar a AOS no início da vida, sem medo de problemas de peso a longo prazo.
A amigdalectomia tem como finalidade a remoção das amígdalas e adenoides com o objetivo de resolver problemas de infeção da garganta, obstrução das vias respiratórias superiores e diminuir as otites de repetição em caso de adenoidectomia. Este tipo de intervenção é muito frequente em idade pediátrica, mas também cada vez mais efetuada em adultos.