Dose única de zilebesiran associada à redução da PA sistólica
Num mundo onde a hipertensão continua a ser uma das principais causas de morbilidade e mortalidade cardiovasculares, o surgimento de novas abordagens terapêuticas é não só bem-vindo, como essencial. Um estudo realizado por uma equipa de investigadores da Universidade de Chicago, em Illinois, apurou que uma dose única de zilebesiran subcutâneo está associada a uma redução na pressão arterial sistólica (PAS).
DOENÇAS E TRATAMENTOS
HIPERTENSÃO
Vulgarmente conhecida por "tensão alta", a hipertensão arterial (HTA) é uma das doenças com maior prevalência no mundo moderno e o problema de saúde pública mais importante em Portugal. LER MAIS
O zilebesiran é um medicamento experimental de interferência de RNA que visa a síntese hepática de angiotensinogénio, o precursor predominante dos peptídeos de angiotensina e um regulador chave da pressão arterial sistémica.
O objetivo da investigação, publicada online no Journal of the American Medical Association, era avaliar a eficácia e segurança anti-hipertensiva de diferentes regimes posológicos da substância.
O estudo de fase 2, randomizado, duplo-cego, de variação de dose de zilebesiran versus placebo foi realizado entre julho de 2021 e junho de 2023 em 78 locais de 4 países (Canadá, Ucrânia, Reino Unido e EUA). Foram selecionados aleatoriamente adultos com hipertensão leve a moderada, definida como PA sistólica ambulatorial média diurna de 135 a 160 mm Hg após retirada de terapia anti-hipertensiva prévia.
Os participantes foram aleatoriamente designados para um dos quatro regimes de zilebesiran (150, 300 ou 600 mg uma vez a cada seis meses ou 300 mg uma vez a cada três meses) ou um placebo durante seis meses. O conjunto completo de análise incluiu 377 pacientes: 302 receberam zilebesiran e 75 receberam o placebo.
Os especialistas descobriram que as alterações médias da PAS ambulatorial em 24 horas foram de -7,3, -10,0 e -8,9 mm Hg com zilebesiran 150 mg uma vez a cada seis meses, 300 mg uma vez a cada três meses, ou uma vez a cada seis meses; e 600 mg a cada seis meses, respetivamente, em comparação com 6,8 mm Hg com o placebo.
Na mudança desde o início até ao mês 3, as diferenças médias de mínimos quadrados em relação ao placebo foram -14,1, -16,7 e -15,7 mm Hg para o zilebesiran 150 mg a cada seis meses, 300 mg uma vez a cada três meses ou seis meses, e 600 mg a cada seis meses, respetivamente.
Ao longo de seis meses, 60,9% e 50,7% dos pacientes que receberam o zilebesiran e o placebo, respetivamente, experimentaram efeitos adversos, e 3,6% e 6,7%, respetivamente, experimentaram efeitos adversos graves.
Segundo George L. Bakris, um dos investigadores envolvidos, estes dados apoiam uma investigação mais aprofundada do zilebesiran como estratégia terapêutica para pacientes com hipertensão.