PANDEMIA

Mulheres têm maior probabilidade de sofrer de Covid longa

O impacto da Covid-19 ainda é sentido em todo o mundo. Na Europa, mais de 60% das pessoas afetadas pelo vírus apresentam sintomas persistentes, muitas vezes graves, meses após o desaparecimento da infeção aguda – uma condição conhecida como “Covid longa”.

Mulheres têm maior probabilidade de sofrer de Covid longa

MEDICINA E MEDICAMENTOS

INVISTA NA SUA SAÚDE


Um estudo realizado por investigadores da Escola de Medicina e Odontologia Schulich, na Universidade de Ontário Ocidental, permitiu estabelecer uma ligação entre um índice de massa corporal (IMC) mais elevado nas mulheres e a probabilidade de Covid longa, mas não encontrou a mesma ligação nos homens.

Uma proporção substancial da população mundial enquadra-se na categoria de obesidade com um IMC superior ou igual a 30 kg por metro quadrado. Sabe-se que essas pessoas são suscetíveis a piores resultados de infeção por Covid.
A investigação, recentemente publicada no International Journal of Obesity, tinha como objetivo descobrir se esses indivíduos também eram mais suscetíveis à Covid longa e se havia diferença entre os sexos.

O projeto envolveu o acesso à base de dados SHARE, um inquérito transnacional realizado na Europa e dirigido à população adulta a partir dos 50 anos de idade. O estudo prospectivo de base populacional contou com uma amostra de entrevistados (n = 4.004) nesta faixa etária de 27 países europeus.

Os investigadores descobriram uma relação linear para as mulheres, com probabilidade de Covid longa a aumentar com o IMC (68% no IMC = 18, 93% no IMC = 45). Relação não linear para os homens, com probabilidade de Covid longa de 27% no IMC = 18, 68% no IMC = 33 e 40% no IMC = 45.
As relações permaneceram significativas após ajuste para fatores de risco conhecidos para a Covid longa (idade e hospitalização por Covid-19), presença de doenças crónicas e local de residência dos entrevistados.

Foi possível concluir que as mulheres tinham maior propensão do que os homens para sofrer de Covid longa, independentemente do seu IMC. Ao que parece, os homens no espectro mais alto do IMC tinham, na verdade, um risco menor de Covid longa do que aqueles com um IMC mais baixo. Convém referir que podem existir outros fatores que afetam esta relação e não se pode ignorar o facto de que um IMC elevado predisponha os indivíduos para o desenvolvimento de outras doenças crónicas.

Compreender quem é mais suscetível à Covid longa, incluindo as diferenças de sexo, permite que os profissionais de saúde, e os decisores políticos, possam criar cuidados preventivos e planos de tratamento que visem indivíduos em risco prevendo um melhor resultado individual.
Este estudo enfatiza ainda a importância das diferenças de sexo ao avaliar as potenciais consequências a longo prazo da Covid prolongada.

Fonte: Tupam Editores

OUTRAS NOTÍCIAS RELACIONADAS


ÚLTIMAS NOTÍCIAS