Um novo estudo realizado no Centro Thompson para Autismo e Neurodesenvolvimento da Universidade de Missouri, descobriu que o antagonista beta-adrenérgico propranolol, um medicamento para o tratamento da hipertensão, também pode ajudar a diminuir a ansiedade em crianças e adultos jovens com TEA.

Os investigadores conduziram um estudo duplo-cego, controlado por placebo envolvendo 74 pacientes com TEA, com idades compreendidas entre os 7 e os 24 anos, que foram selecionados e randomizados para um programa de 12 semanas de propranolol ou um placebo, com avaliações cegas no início do estudo, às 6 semanas e às 12 semanas. Sessenta e nove participantes completaram o programa de 12 semanas.

Com o propranolol observaram-se diminuições esperadas na frequência cardíaca e na pressão arterial. A equipa verificou que, em comparação com o grupo do placebo, os participantes que receberam o propranolol apresentaram níveis de ansiedade significativamente reduzidos nas consultas de check-up às 12 semanas enquanto recebiam a medicação.

A investigação, que foi publicada na revista Psychopharmacology, também examinou se houve mudanças significativas nas habilidades de comunicação social dos indivíduos, no entanto, nenhuma mudança significativa foi identificada.

Para David Beversdorf, líder do estudo, as descobertas mostram que o propranolol pode ser uma intervenção útil para reduzir a ansiedade em indivíduos com autismo. Até agora, não existia nenhum medicamento que visasse problemas psiquiátricos especificamente para indivíduos com autismo, logo, os resultados são muito promissores e podem apoiar investigações futuras.

Ainda assim, necessitarão de confirmação num estudo multicêntrico maior, que monitorize marcadores ou características para identificar os participantes com maior probabilidade de responder ao propranolol para a ansiedade e determinar se existe um subconjunto de indivíduos que respondem a outros resultados relatados anteriormente.