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Incidência de gémeos aumenta em gestações com IMC mais elevado

A prevalência de excesso de peso e obesidade (índice de massa corporal ≥25) aumentou globalmente. Um estudo realizado por investigadores da Universidade de British Columbia em Vancouver, Canada, apurou que a taxa de partos gemelares (de gémeos) aumentou com o aumento do índice de massa corporal (IMC), e parte desta associação foi explicada pelo maior uso de tecnologia de reprodução assistida (TARV).

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Neste estudo de coorte retrospetivo, publicado online na JAMA Network Open, os especialistas analisaram a associação entre o IMC e o nascimento de gémeos e o papel da TARV como um potencial mediador na associação.

A análise incluiu 524.845 nascidos vivos e natimortos com idade gestacional de 20 semanas ou mais na Colúmbia Britânica, Canadá, de 2008 a 2020. Durante o período do estudo 392.046 mulheres tinham dados completos sobre o IMC pré-gravidez. A média da idade foi de 31,4 (27,7-35,0) anos, aproximadamente metade eram nulíparas (243.443) e menos de 10% fumaram durante a gravidez (36.894).

Os investigadores verificaram que, no geral, 8.295 mulheres tiveram partos gemelares (15,8 por 1.000 partos), e as taxas por 1.000 partos por categorias de IMC pré-gravidez foram 11,9 (baixo peso), 15,1 (normal), 16,0 (excesso de peso), 16,0 (obesidade classe I), 16,7 (obesidade classe II) e 18,9 (obesidade classe III).

Após ajuste para outras covariáveis, constatou-se que as mulheres com baixo peso tinham relativamente 16% menos gémeos em comparação com mulheres com IMC normal (taxa de risco ajustada [aRR], 0,84), enquanto as mulheres com sobrepeso, obesidade classe I, classe obesidade II e obesidade classe III tiveram taxas mais altas (aRRs, 1,14, 1,16, 1,17, 1,41, respetivamente).

Além disso, a proporção de mulheres que conceberam através de TARV aumentou com o aumento do IMC, e a TARV foi associada a uma taxa quase 12 vezes maior de partos gemelares (aRR, 11,80). A TARV explicou cerca de um quarto da associação entre obesidade classe I e II e parto gemelar, mas nenhuma dessas associações foi mediada pela TARV em mulheres com obesidade classe III.

Em conclusão, os investigadores referem que neste estudo a taxa de nascimentos gemelares aumentou com o aumento do IMC pré-gestacional. Nas mulheres com IMC entre 30 e 40, aproximadamente um quarto desta associação foi explicada pelo maior uso de TARV, no entanto, não houve evidência de tal mediação em mulheres com IMC igual ou superior a 40.

Fonte: Tupam Editores

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