Semaglutido não associado a aumento de pensamentos suicídas
Um novo estudo realizado por investigadores da Escola de Medicina da Universidade Case Western Reserve, em Cleveland, revelou que a substância química semaglutido utilizada no medicamento para a diabetes Ozempic e no medicamento para o controle do peso Wegovy não está associada a um risco aumentado de pensamentos suicidas.
O semaglutido é um receptor químico do peptídeo semelhante ao glucagon (GLP1R) que ajuda a regular o açúcar no sangue na diabetes tipo 2 (DT2) e que reduz o apetite.
Depois de examinar cerca de 2 milhões de pacientes com DT2 ou obesidade, a equipa de investigação – liderada pelo professor de informática biomédica Rong Xu – não descobriu provas de que a substância poderia causar ideações suicidas. Na verdade, o estudo, recentemente aceite pela revista Nature Medicine, descobriu que os dois medicamentos reduziram o risco de ideações suicidas.
Para avaliar a associação entre o semaglutido e o risco de ideações suicidas, a equipa de especialistas começou por examinar os registos eletrónicos de saúde de quase 101 milhões de pacientes em todo o país. Seguidamente aplicaram critérios de inclusão específicos para selecionar ainda mais 2 milhões de pacientes.
De acordo com o Dr. Nathan Berger, um dos investigadores, para compreender completamente os efeitos colaterais do semaglutido será necessário um ensaio clínico. Entretanto, a equipa conseguiu analisar dados nacionais para ajudar os pacientes a tomar decisões informadas sobre os riscos do uso da substância.
Neste estudo, foram analisadas duas populações distintas de pacientes: aqueles com DT2 receberam Ozempic, enquanto os pacientes com obesidade receberam o Wegovy. Todos foram acompanhados durante seis meses para avaliar a ocorrência de ideação suicida, assim como quaisquer pensamentos suicidas recorrentes.
Homem e mulher; Pacientes negros, brancos e hispânicos; adultos com menos de 45 anos; adultos de meia idade (46–64); e pacientes idosos (65 anos ou mais) também foram submetidos a exames separados. Os investigadores constataram que houve reduções no risco de ideação suicida de forma consistente em todas as idades, etnias e géneros.
Em comparação com medicamentos antiobesidade e antidiabéticos não-GLP1R, revelou um risco menor tanto para a primeira incidência quanto para a recorrência de ideações suicidas em pacientes que receberam o semaglutido.
A popularidade desta substância torna imperativo compreender todas as suas implicações potenciais. É importante saber que, contrariamente ao que se pensava, o semaglutido não desencadeia pensamentos suicidas numa população tão grande e diversificada como a dos Estados Unidos.