Histerectomia precoce aumenta risco de doença cardiovascular
As mulheres que se submetem a uma histerectomia cirúrgica antes da menopausa natural podem ter um aumento precoce do hematócrito e dos níveis de armazenamento de ferro em relação às que continuam a menstruar, aumentando assim o risco de doença cardiovascular em idades mais jovens do que o habitual, apurou um estudo realizado na Universidade de Medicina Inje, em Seul, na Coreia do Sul.
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Participaram na investigação, publicada no jornal JAMA Network Open, 135.575 mulheres coreanas (idade média de 45 anos) com idades entre os 40 e 49 anos de 2011 a 2014. A análise incluiu 55.539 pares com e sem histerectomia agrupados por idade, status socioeconómico, região, índice de comorbidade de Charlson, hipertensão, diabetes, dislipidemia, menopausa, terapia hormonal na menopausa e cirurgia anexial.
Os especialistas verificaram que durante um período médio de acompanhamento de 7,9 anos, a incidência de doença cardiovascular foi de 115 por 100.000 pessoas-ano no grupo de histerectomia, em comparação com 96 por 100.000 pessoas-ano no grupo sem histerectomia. Ao ajustar para fatores de confusão, o grupo de histerectomia teve um risco cardiovascular 25% maior em comparação com o grupo de não-histerectomia.
Os resultados revelaram ainda a existência de incidências comparáveis de enfarte do miocárdio e de revascularização da artéria coronária entre ambos os grupos. Já o risco de acidente vascular cerebral foi maior no grupo de histerectomia em comparação com o grupo de não-histerectomia.
O grupo da histerectomia apresentou ainda maior risco de doença cardiovascular mesmo quando se excluiram as mulheres submetidas a ooforectomia.
Segundo Jin-Sung Yuk, um dos investigadores, embora se tenha descoberto que a histerectomia realizada com ampla indicação para doenças benignas na pré-menopausa aumenta ligeiramente o risco de doença cardiovascular, a incidência não é alta, portanto, pode não ser necessária uma mudança na prática clínica.
A doença cardiovascular é a principal causa de morbidade e mortalidade em mulheres e afeta até 36% de todas as mulheres no mundo. O risco de doença cardiovascular aumenta rapidamente após a menopausa, e a menopausa precoce está associada a um risco aumentado de doença arterial coronária e de AVC.